Porque Marcos Rogério perdeu para o pior governador que Rondônia já teve

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Por Roberto Kuppê (*)

Arrogância, rompante, petulância, salto alto? Não foi só isso. Altamente narcisista e nada humilde, o senador Marcos Rogério (PL-RO) teve a capacidade impensável de perder as eleições para o pior governador que Rondônia já teve. Mas não foi por mérito da campanha de Marcos Rocha (União Brasil) e nem pelo trabalho que ele não realizou durante o primeiro mandato. Marcos Rogério perdeu por falta de apoio político de peso, de humildade e de conversar com lideranças e formadores de opinião. A campanha de Rogério falhou no marketing, nas redes sociais e nas mídias.

Era a eleição do mais do mesmo. Ambos evangélicos e bolsonaristas. Os dois invocavam apoio do presidente, que não se reelegeu, mas que em Rondônia obteve mais de 70% dos votos. O que fez Marcos Rocha se eleger foi, além dos apoios importantes de prefeitos, deputados, dos ex-candidato ao governo Léo Moraes (Podemos) e ao Senado Jaqueline Cassol (PP), além de sindicatos e até do PT, foi a humildade que ele expressava na voz roca e titubeante. Rocha traduzia a fraqueza dele em humildade, o que foi certamente captado pelos eleitores nos programas eleitorais e nos embates na TV.

Um coordenador do agora ex-candidato ao governo disse que Marcos Rogério tentou fazer uma campanha diferente. “Ele queria ser governador de Rondônia, mas não a qualquer preço, tinha que ser do jeito dele eu que estava próximo percebi isso entendi! Um jeito diferente de fazer política”. Não funcionou. Rogério esnobou Léo Moraes e o clã Cassol porque achava que ia ser eleito e não queria dividir o governo. Puro egoísmo que em política é receita para a derrota. Notava-se que a campanha do senador era solo, fechada e compacta. Não expandia, não alcançava a todos, principalmente os formadores de opinião, que tinham uma opinião negativa dele.

Em tempos de influenciadores digitais, faltou à Marcos Rogério ouvir quem tinha conhecimento das redes sociais e deixar de ouvir quem não sabia de nada. Ele ignorou dicas e sugestões importantes. Por outro lado, Marcos Rocha soube ouvir. E ouviu até demais, e por isso se reelegeu.

Resta ao senador voltar para Brasília e lamber as feridas de Bolsonaro que não se reelegeu por também não ouvir ninguém desde quando foi eleito em 2018.

Votação de Marcos Rocha e Rogério no primeiro e segundo turno mostra empate técnico em ambos

Primeiro turno: Rocha 330.656 votos

Rogério 315.035 votos

Segundo turno    Rocha: 458.370 votos

Rogerio: 415.278 votos

(*) Roberto Kuppê é articulista político que entra em férias a partir de hoje. Feliz Natal.