Luciana Oliveira e o desafio de uma candidatura

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Por Benê Barbosa (*)

Rondônia sempre teve e ainda tem muitas mulheres engajadas em movimentos sociais, comunitários, classistas e também nos partidos políticos. Antes da evolução tecnologia e das redes sociais o desempenho delas, por mais expressivo, tinha visibilidade restrita.

         Hoje, com todo mundo “conectado”, a situação é muito, muito diferente e, por si, complexa.

As redes sociais produzem celebridades inconsistentes, de existência breve feito borboleta.

Não é o caso da jornalista, ativista social e “agitadora” cultural Luciana Oliveira Silva. Não é de hoje que a moça incomoda políticos e gestores públicos, sempre defendendo causas justas, de maneira equilibrada e nunca sem o amparo da verdade.

Não é exagero dizer que Luciana é a “blogueira” mais conceituada de Rondônia. Conquistou espaço com serenidade e talento, isenta do sensacionalismo típico dos que perseguem plateia.

Luciana levanta questões de interesse coletivo e provoca o debate. Seu texto não é mecânico, carrega sentimento e responsabilidade. Ela não foge do confronto nas redes sociais, defendendo seu posicionamento politico, social e cultural com respeito ao direito de contestação, sem agressividade.

A notoriedade de Luciana Oliveira não se restringe ao mundo virtual. Ela esta em toda parte, em qualquer lugar onde seja necessário presença, voz e atitude em defesa do interesse comum.

Não se encontra cidadão ou cidadã assim em qualquer esquina. São pessoas raras e necessárias para o enfrentamento aos abusos praticados pelos gestores públicos e para o nivelamento de forças das minorias.

A popularidade de Luciana Oliveira virou respeito e, naturalmente, influência. Ela ganhou musculatura política/ eleitoral, começou a receber incentivos para disputar cargo eletivo, potencializando sua força na defesa das causas sociais.

A moça, boa de briga, aceitou o desafio e ingressou oficialmente num partido politico. Nos últimos dias ela vem se desdobrando para agradecer manifestações de apoio e responder criticas por causa do partido escolhido.

Luciana Oliveira é autêntica e sabe que seu maior patrimônio é a credibilidade conquistada ao longo dos vários  anos de ativismo e luta. Não é exercício de adivinhação dizer que Luciana vai entrar na disputa com muito medo.

O temor não é fracassar nas urnas…é vencer e não conseguir fazer pelo menos o que faz sem mandato.

Não, Luciana não me confidenciou nada disso.

 Mas é desnecessário porque toda pessoa que entende o exercício politico como ferramenta de transformação e construção de conjunto social mais equilibrado vai ter esse medo quando se inserir na politica.

Não carregam esse medo os políticos profissionais, os oportunistas, os desprovidos de ideologia, consciência e respeito ao próximo. É justamente de políticos dessa qualidade que o povo demonstra vontade de se livrar.

Os partidos estão em movimento, querem apresentar “caras novas” para disputar vagas no Legislativo. O caso é que ‘caras novas’, nem sempre significa renovação, reconstrução do pensamento e do fazer politica.

Numa avaliação nem tão profunda ou especializada ( além de não ser perito no assunto, também ainda não conheço a moça “ao vivo”) do comportamento e ideias manifestadas nas redes social, é sensato dizer que Luciana está próxima daquilo que a sociedade espera da nova geração de políticos. É claro que a jornalista, que nunca poupou críticas a qualquer político flagrado “fora do eixo”, terá que  adaptar o estilo.

O problema é que, para aqueles que não temem decepcionar seus eleitores, não existem regras. Para quem é desprovido de maldade, campanha eleitoral é coisa de embrulhar o estomago.

Diversos personagens novos estão declaradamente pré-candidatos e muitos outros ainda vão se apresentar, disputando vagas na Assembléia Legislativa, no Congresso e no Governo de Rondônia. No que eles se diferenciam da maioria dos que exercem mandatos hoje é exigência da população. E isso precisa ficar muito, muito claro.

As chances da blogueira ativista social boa de briga virar deputada estadual são enormes, mesmo integrando um grupo de pré-candidatos fortes. Ela tem envergadura moral, serviços prestados e liderança.

Mas importante mesmo é que Luciana não perca sua essência, não renuncie aos próprios valores quando tomar posse. Vencer a disputa eleitoral  é difícil, mas preservar princípios no exercício do mandato é muito mais.

(*) Benê Barbosa é jornalista e articulista político