Durante o período de 30 de maio e 3 de junho de 2016, pesquisadores de todos os continentes estiveram reunidos,em Mazatlán – México, no “MILSET AMLTA (Movimiento Internacional para el Recreo Científico y Técnico América Latina), ESI-AMLAT 2016” cujo tema foi “Donde el Talento y la Creatividad Convergen”.
Na oportunidade, a equipe de trabalho do professor-doutor campinense Saulo Capim, do Instituto Federal Baiano (IF Baiano) – Campus Catu, composta por estudantes do ensino médio do curso técnico em química e pesquisadores da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e da UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC), apresentou o projeto “Utilização do óleo de canela (Cinnamomum zeylanicum) na obtenção de substâncias com potenciais atividades analgésicas”.
Saulo teve passagem por Guarabira, quando ministrou aulas de química no Colégio Estadual de Guarabira.
O evento, destinado à promoção da Ciência entre jovens de 115 países, traz a interação entre pesquisadores e a difusão de projetos e conhecimentos. Na ocasião, o grupo brasileiro recebeu premiações de destaque internacional- credenciais para a participação no XI Foro Internacional de Ciencia e Ingeniería na cidade de Santiago no Chile em 2017 e na ESI Mundial 2017, Milset Internacional na cidade de Fortaleza em 2017 – além de convites para parcerias, criação de grupos de pesquisa e intercâmbio dos estudantes do IF Baiano na Universidade de Cartagena(Colômbia). “Os pesquisadores não acreditaram que os nossos estudantes estavam desenvolvendo uma pesquisa com este nível de conhecimento, visto que, a maioria dos procedimentos metodológicos do projeto está em nível de mestrado e doutorado”, afirma o doutor Capim.
Sobre a pesquisa – Em junho de 2014, Saulo iniciou o desafio de realizar a síntese de três substâncias com potenciais atividades analgésicas e anti-inflamatórias, utilizando o óleo da canela como etapa chave, através de transformações de grupos funcionais por meio de reações de redução e oxidação, tendo a Química Orgânica como base e que serão utilizados em processos para inibir a dor e as inflamações no geral.
O óleo de canela tem efeito analgésico similar a da morfina e não apresenta toxicidade nem efeitos colaterais. “Hoje, (a morfina) é o analgésico mais utilizado em estágios terminais de tratamento da dor contra causadas pelo câncer. O problema é que a morfina é uma droga que atua no sistema nervoso central, ou seja, causa dependência e aí o paciente necessita ingerir doses cada vez maiores para causar o mesmo efeito analgésico anterior”, explica o professor. “Os estudos demonstram que temos um protótipo a uma droga analgésica com potencial biológico e que, com posteriores estudos em humanos, venha a se tornar um medicamento e que venha a auxiliar a população no tratamento da dor”, fala esperançoso o pesquisador
A descoberta também tem efeito positivo porque, segundo o professor Saulo, estudos mundiais mostram que 30% da população sofrem com alguma dor aguda ou crônica. “Muitos analgésicos que estão no mercado (ibuprofeno,naproxeno, cetoprofeno, indometacina, acido acetil salicílico conhecidos como anti-inflamatórios não-esteroidais) causam úlceras gástricas como efeitos colaterais e também os analgésicos do tipo opióides ao qual tem como conhecido a morfina “, finaliza.
Próximo passo:
Entrar com o pedido de Invenção junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Período para carta patente no Brasil: média de cinco a sete anos.
Saulo no México II
Informações da Assessoria do IF – Baiano
Fotos: Arquivo Pessoal