Polícia faz buscas para encontrar objetos usados para matar mãe e filho em loteamento de Porto Velho

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Equipes do Corpo de Bombeiros estiveram nesta sexta-feira (25) no loteamento da Zona Sul de Porto Velho onde Fabiana Pires Batista, de 23 anos, e o menino Gustavo Henrique, então de 7 anos e filho dela, foram mortos este mês. O objetivo foi tentar encontrar os instrumentos usados no duplo homicídio. O trabalho faz parte das investigações do crime.

Os bombeiros chegaram a mergulhar no lago onde o corpo de Gustavo foi encontrado no dia 20 de outubro. Eles fizeram uma varredura para possivelmente achar a barra de ferro e uma faca usados durante o assassinato de Fabiana, mãe do menino. Ela estava grávida e teve o bebê arrancado durante o crime.

Mãe e filho foram encontrados mortos dentro de loteamento em Porto Velho — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Mãe e filho foram encontrados mortos dentro de loteamento em Porto Velho — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Agentes das delegacias de Homicídios e Especializada em Atos Infracionais acompanharam o trabalho. A irmã de Fabiana e tia de Gustavo, de 13 anos (que confessou os homicídios e teve a ajuda de outros três adolescentes), mostrou aos policiais onde jogou os objetos e o ponto exato da morte de Fabiana, onde ainda há vestígios.

Segundo a Polícia Civil, a menina foi o tempo todo resguardada pelos agentes. Ela ficou dentro da viatura da corporação e, após ajudar com as informações, foi levada do local em uma van.

O corpo de Fabiana foi encontrado em um buraco parcialmente encoberto por terra. Ele fica a cerca de 70 metros do ponto onde foi assassinada a golpes de barra de ferro e facadas, além de ter tido o bebê arrancado. Depois e já sem vida, Fabiana foi arrastada e enterrada. No buraco foi encontrada uma luva, que provavelmente foi utilizada pelos adolescentes durante o crime.

Bombeiros mergulharam no lago onde Gustavo Henrique foi encontrado morto em Porto Velho.  — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Bombeiros mergulharam no lago onde Gustavo Henrique foi encontrado morto em Porto Velho. — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Casa incendiada

Ainda na Zona Sul, no bairro Cidade Nova, a casa onde morava a mãe de dois adolescentes, também suspeitos de envolvimento no duplo homicídio, foi alvo de ataque. A mulher foi identificada como Cátia Barros Rabelo, de 34 anos. Ela é suspeita de tentar ficar com o bebê arrancado da barriga da mãe e segue presa.

Até o momento, não há informações sobre quem ateou fogo na casa da mulher. Conforme testemunhas, os bombeiros chegaram rápido na residência e conseguiram evitar que as chamas destruíssem o imóvel.

Casa de Cátia foi incendiada por moradores na Zona Sul de Porto Velho — Foto: Maríndia Moura/Rede Amazônica

Casa de Cátia foi incendiada por moradores na Zona Sul de Porto Velho — Foto: Maríndia Moura/Rede Amazônica

Cátia morava na casa com quatro filhos – apenas um é maior de idade. Porém, passava a maior parte do tempo do garimpo com um namorado. Além disso, fingia gravidez e, de acordo com a polícia, a intenção era de fato ficar com o bebê de Fabiana.

À Rede Amazônica, os vizinhos contaram que Cátia simulava uma gravidez e que usava roupas de gestante. Porém, não chegou a mostrar o bebê, mas divulgou que teria “dado a luz” nas redes sociais. Até a última atualização desta reportagem, um possível advogado da mulher não foi localizado.

A casa de Cátia estava desocupada desde a última segunda-feira (21), data em que o corpo de Fabiana foi encontrado.

Cátia Barros, de 34 anos, foi presa por ser suspeita de participar do assassinato e pegar bebê de Fabiana.  — Foto: Jheniffer Núbia/G1

Cátia Barros, de 34 anos, foi presa por ser suspeita de participar do assassinato e pegar bebê de Fabiana. — Foto: Jheniffer Núbia/G1

Relembre a cronologia do caso:

  • 20 de outubro: O corpo de Gustavo Henrique é encontrado boiando no lago de um loteamento de Porto Velho. Não havia confirmação se suposto afogamento da criança foi oriundo de acidente ou homicídio;
  • 21 de outubro: Fabiana é encontrada morta no mesmo local onde o filho de 7 anos foi achado sem vida. O corpo da mulher estava parcialmente enterrado e apresentava ferimentos na cabeça, tórax e barriga. O corpo foi achado pelo pai de Gustavo. A mulher estava grávida de 8 meses e teve o bebê arrancado da barriga durante o assassinato. O recém-nascido está internado em estado estável no Hospital de Base de Porto Velho;
  • 22 de outubro: Uma menina de 13 anos é apreendida suspeita de envolvimento nos assassinatos. Ela é irmã de Fabiana e tia de Gustavo. Um adolescente, de 15 anos, também foi apreendido. Ele e a menina foram os supostos executores do assassinato. O que se sabe é que o bebê foi arrancado por eles para ser entregue a uma mulher que fingia estar grávida de um garimpeiro. Ela é mãe do adolescente de 15 anos;
  • 23 de outubro: A polícia confirma que outros dois adolescentes foram apreendidos por suposto envolvimento no mesmo crime, totalizando quatro menores. Todos estão internados. Três deles são filhos de Cátia Barros Rabelo, identificada como a mulher que fingia a gravidez. Ela, que foi presa, é suspeita de participar do crime e entregar os instrumentos aos menores para execução. A mulher indica a participação de mais um adolescente no crime, o que ainda será apurado pela delegada que investiga o caso.

Fonte: G1