Pioneiro vilhenense enfrenta drama: “Trabalhei a vida inteira e hoje passo fome”

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Caetano implora medicamentos ao município 
Caetano implora medicamentos ao município 
Caetano implora medicamentos ao município
Uma das figuras mais conhecidas de Vilhena, o líder comunitário José Caetano da Silva Filho, o “Caetano Preto”,  revela a dramática situação que está enfrentando: “Trabalhei a minha vida inteira. Não tive infância e agora estou passando fome”.
Aos 54 anos e aposentado por invalidez, Caetano detalhou seu calvário: submetido a duas cirurgias na coluna no ano passado e outra em 2015, anda “manquitolando”, e sofrendo dores terríveis, provocadas pelos cinco parafusos que tem no corpo. “Perdi 20 quilos desde que fui operado”, revela, quase às lágrimas.
Não bastasse o sofrimento físico, o aposentado enfrenta também o desgaste emocional: há 15 dias implora ao município que lhe forneça os medicamentos que pagou sozinho no último ano. “Agora eu não consigo mais comprar. Ganho pensão de um salário mínimo e ainda pago R$ 300 de aluguel”.
Por causa do reajuste do aluguel, Caetano diz que precisará se mudar. “Mas só Deus saber pra onde vou…”, desanima-se, para emendar: “Eu fico envergonhado, mas a verdade é que estou passando fome”.
O drama do pioneiro, que mora em Vilhena há 35 anos, é agravado pela situação da esposa, que deveria receber auxílio-doença, pois sofreu acidente de trabalho no frigorífico JBS, onde atua na desossa. “Mas há 8 meses ele não recebe nada, nem da empresa, nem do INSS”.
Aliás, mesmo enferma, a operária é apontada por Caetano como a responsável por sua sobrevivência: “Se não fosse ela, eu já estava morto. Minha ‘véia’ é quem cuida de mim”, emociona-se, citando a companheira Carmelina Ireno da Silva, de  57 anos.
SEM-TETO
Mesmo com todas essas tragédias pessoais, Caetano não ficou entre os selecionados para receber uma das casinhas populares que serão distribuídas a famílias de baixa renda pela prefeitura.
O velho líder comunitário explicou que a Caixa recusou seu cadastro,  alegando que a renda dele e da esposa era de R$ 1.900. Coisa que ele desmente: “Se eu ganhasse isso, você acha que eu estaria nessa situação?”

Fonte: Folha do Sul
Autor: Da redação