Oposição consegue afastar Dilma, mas tudo pode acontecer até impeachment definitivo

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absurdo42168729_nNesta segunda-feira (25), a oposição tem votos para afastar Dilma por 180 dias, mas ainda há muita água para rolar até a votação definitiva do Impeachment.

Análise – Rafael Bruza

Deixando de lado os trabalhos da comissão do Impeachment, o futuro de Dilma Rousseff e do Brasil será decidido em duas votações no plenário do Senado.

A primeira, prevista para acontecer perto do dia 11 de maio (uma quarta-feira), pode afastar Dilma provisionalmente durante 180 dias em que aconteceria a verdadeira coleta de provas e depoimentos para o processo, conduzido pelo Senado.

Em relação a esta votação, as estimativas desta segunda-feira (25) do Mapa da Democracia, do Mapa do Impeachment, do Estadão e da Folha de S. Paulo concordam que entre 45 e 50 senadores apoiam o Impeachment de Dilma Rousseff, ou seja, mais do que os 41 necessários para colocar Michel Temer no cargo durante os 180 dias em que a presidente estaria afastada provisionalmente.

Com isso, o afastamento de Dilma é praticamente inevitável.

A questão é que, diante de apoio persistente de cidadãos brasileiros e das possibilidades de fracasso do Impeachment, a presidente não demonstra nenhuma intenção de renunciar.

Então, ao contrário do que houve com Collor, que renunciou quando o processo de Impeachment estava no Senado, a intenção de destituição de Dilma tende a ir até o fim.

Teremos que aguardar para ver se a presidente retorna ao cargo depois desses 180 dias, diante de uma derrota do Impeachment no plenário do Senado, ou se a sofre o impedimento com uma vitória da oposição e perde os direitos políticos durante 8 anos.

Ou seja, nada foi definido ainda.

Hoje, segunda-feira (25), a oposição não tem os 54 votos (dois terços do Senado) que necessita para o Impeachment definitivo, como indicam as estimativas apontadas acima. Mas, claro, se poucos senadores se engajarem na causa do impedimento, o processo destituiria Dilma na segunda votação do plenário do Senado, onde a presidente não teria possibilidade de retorno.

Por isso mesmo, cada acontecimento nesse momento é de extremo valor.

Temer carece de legitimidade para assumir o poder hoje e o governo de Dilma tem sérios problemas de credibilidade diante de milhões de cidadãos.

Resumindo: ambos teriam sérios problemas no futuro, independentemente do que acontecer, e não há vitória ou derrotas certas.

Política é ciência não exata. E ainda há muita água por rolar.

Fonte: http://independente.jor.br/