Mesmo descoberta a trama para barrar a Lava Jato, golpe contra a democracia continua acelerado

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Tentativa de golpe une a população brasileira
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O golpe contra a democracia e contra a Constituição Federal continua em curso e cada vez mais evidente e em ritmo acelerado. A prisão do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, esposo da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) é um sinal de que a visita do ministro da Justiça, Alexandre Moraes ao juiz Sérgio Moro (PSDB) fez efeito. Além do impeachment de Dilma, eles querem a prisão de Lula para evita-lo em 2018.

Para atingir a este objetivo, eles não medirão esforços. Nem mesmo a descoberta da trama através do vazamento de gravações onde o senador Romero Jucá (PMDB-RR) diz com todas as letras que é preciso barrar a Operação Lava Jato para salva-los das garras do juiz Sérgio Moro, foi suficiente para abortar o plano engendrado nos porões do Congresso Nacional.

Gravações obtidas pelo jornal “Folha de S.Paulo” mostram o ex-ministro do Planejamento e senador Romero Jucá, sugerindo ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado um “pacto” para tentar barrar a Operação Lava Jato.

De acordo com a reportagem da “Folha”, Romero Jucá sugeriu na conversa com o ex-presidente da subsidiária da Petrobras que uma “mudança” no governo federal resultaria em um pacto para “estancar a sangria” representada pela Lava Jato. O peemedebista foi um dos dos principais articuladores do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

No diálogo divulgado pela “Folha de S.Paulo”, Sérgio Machado diz ao ministro que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, queria pegar Jucá e outros parlamentares do PMDB investigados na Lava Jato.

“O Janot está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho. Ele acha que sou o caixa de vocês”, ressalta Machado em um dos trechos da conversa.

Ainda conforme a reportagem, o ex-presidente da Transpetro fez uma ameaça velada e pediu que fosse montada uma estrutura para protegê-lo.

Em outro trecho, de acordo com a “Folha de S.Paulo”, Sérgio Machado voltou a dizer: “Então, eu estou preocupado com o quê? Comigo e com vocês. A gente tem que encontrar uma saída”.

O ex-dirigente da Transpetro disse que novas delações na Lava Jato não deixariam “pedra sobre pedra”. E Jucá concordou que o caso de Sérgio Machado não poderia ficar nas mãos do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância.

Na gravação, ainda segundo o jornal, o ex-presidente da Transpetro afirma ao então senador do PMDB que, “a solução mais fácil” era colocar Michel Temer no comando da Presidência.

Jucá concorda com o interlocutor e ressalta que somente Renan Calheiros, que, segundo ele, “não gosta de Temer”, é contra a proposta de afastar Dilma do Palácio do Planalto por meio de um processo de impeachment.

“Só o Renan que está contra essa porra. Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra”, diz Jucá ao ex-presidente da Transpetro.

Na sequência, Machado destaca que é preciso “botar o Michel num grande acordo nacional”.

“Com o Supremo, com tudo”, enfatiza o ministro.

“Com tudo, aí parava tudo”, concorda Machado.

“É. Delimitava onde está, pronto”, avalia Romero Jucá, sugerindo que quem já está sendo investigado continuaria alvo da Lava Jato, mas quem ainda não faz parte da apuração do esquema de corrupção ficaria blindado.

Juca também disse na gravação que havia mantido conversas com ministros do Supremo, mas ele não menciona o nome dos magistrados com os quais teria falado. Ele ressalta, entretanto, que são “poucos” os ministros da Suprema Corte aos quais ele não tem acesso.

O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, seria um desses ministros, destacou o peemedebista, que acrescentou que Teori é “um cara fechado”.

 

Com informações do G1