Marcos Rogério tenta barrar CPI do MEC

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Governo já teme efeito colateral da CPI do MEC e tenta barrar abertura

Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro (PL) disseram à CNN que o governo já teme o efeito eleitoral de uma nova CPI para investigar denúncias de irregularidades no Ministério da Educação (MEC). Em razão disso, deflagrou nesta quinta-feira (7) uma operação para tentar barrar a abertura da investigação.

O movimento do governo se dá em diversas frentes. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, conversou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para lhe pedir que a CPI não fosse instalada. Já existem as 27 assinaturas necessárias para abrir a CPI.

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Pacheco tem dito a interlocutores que em princípio é contrário a uma CPI em ano eleitoral, mas havendo os três pontos necessários para sua instalação, não há como evitar sua abertura. São eles as 27 assinaturas, fato determinado, e orçamento.

No Senado, quem lidera a movimentação pró-governo é o senador Carlos Viana (PL-MG), que deve assumir a liderança do governo. O cargo está vazio desde que Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) deixou a função em 15 de dezembro. Além dele, atuam o senador Carlos Portinho (PL-RJ) e Marcos Rogerio (PL-RO). Marcos Rogério é da tropa de choque do governo e pré-candidato ao governo de Rondônia.

As estratégias são as tradicionais em situações como essa: retirada de assinaturas e impedir que novos senadores assinem o requerimento. Além disso se estuda a possibilidade de serem abertas outras CPIs para atacar a oposição ou para, pelo menos, tentar que seja feita uma interpretação do regimento semelhante ao da Câmara que impede cinco CPIs de atuarem ao mesmo tempo. Hoje no Senado, já está em curso uma CPI e a base governista já pediu prorrogação.

A leitura de aliados do presidente é de que o enredo agora é semelhante ao que desencadeou na instalação da CPI da Covid-19, em que a base aliada foi atropelada pela oposição e o governo acabou sangrando politicamente durante todo o período das investigações.

CNN