Dois anos e mandantes do assassinato de Naiara Karine continuam impunes

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NAIARADois anos (completa dia 24/01) da morte da estudante de jornalismo Naiara Karine, em Porto Velho, a polícia ainda não descobriu a motivação do crime. Três suspeitos estão presos e um está foragido. Dois inquéritos foram finalizados e a polícia abriu um terceiro para investigar o envolvimento de uma quinta pessoa ainda não identificada. A família da vítima deixou Rondônia e alega ter sofrido ameaças.

Naiara Karine foi morta no dia 24 de janeiro de 2013. O corpo da jovem foi encontrado em uma estrada conhecida como Linha 15 de Novembro, na zona rural da capital. Ela foi assassinada com vários golpes de faca e, segundo as investigações, sofreu violência sexual.

O localizador do celular da estudante ajudou a polícia a chegar ao local do crime horas depois de ter sido dada como desaparecida. As prisões de Marcos Antônio Chaves da Silva, Richardson Bruno Mamede das Chagas e Francisco da Silva Plácido aconteceram nos dias 16 de julho, 26 de setembro e 11 de dezembro de 2013, respectivamente. Com o avanço das investigações, descobriu-se o possível envolvimento de Wagner Strogulski de Souza. Este está foragido da Justiça.

Dois anos que se foram, mas parece que estou sempre olhando ela chegar e entrar pelo portão como ela sempre fazia. Se você soubesse a agonia que a gente tem" Paulo Freitas, pai da vítima
Dois anos que se foram, mas parece que estou sempre olhando ela chegar e entrar pelo portão como ela sempre fazia. Se você soubesse a agonia que a gente tem”
Paulo Freitas, pai da vítima

O delegado titular da Divisão de Patrimônios, Nestor Romanzini, explica que dos presos, Marcos Antônio foi identificado porque aparece partes do seu corpo em um vídeo gravado pelos criminosos no celular da própria vítima.Ao ser preso e interrogado, Marcos Antônio confessou a participação no crime e o envolvimento dos outros suspeitos.“Algumas digitais que nós visualizamos no vídeo correspondem às digitais de Richardson Bruno em 11 pontos, o que já é suficiente, com base nas outras informações colhidas nos autos, para colocá-lo na cena do crime”, explica o delegado.

Um mês após as investigações, família e amigos da jovem assassinada realizaram uma caminhada pela paz. À época, familiares de outras vítimas de violência também prestaram solidariedade aos pais de Naiara e cobraram agilidade da Justiça na punição dos suspeitos do crime.

Mesmo com a identificação de quatro suspeitos de participação do crime, sendo um partícipe confesso, a polícia ainda não conseguiu desvendar o que teria motivado o crime e afirma que continua trabalhando com várias linhas de investigações para elucidar o caso. “Não há como a gente dizer que foi um crime encomendado. Não tem como dizer isso. Nós não temos ainda a motivação do crime. Nós temos várias fofocas”, afirma Romanzine que ressalta que logo o caso deve ser solucionado.

Ao fim da passeata, balões brancos foram solto no ar em homenagem a estudante e outras vítimas de violência em Porto Velho (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)Família realizou caminhada pela paz e ao fim da
passeata, balões brancos foram soltos no ar em
homenagem a estudante e outras vítimas de
violência em Porto Velho
(Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)

“Nós estamos com algumas linhas de investigação, tentando chegar realmente na motivação do crime. Possivelmente com a conclusão deste terceiro inquérito, nós também concluiremos todas as investigações e teremos então qual foi a motivação do crime”, diz o delegado que lembra que há algumas informações que o suspeito Wagner esteja no Rio Grande do Sul e a Justiça rondoniense deve pedir a cumprimento do mandado de prisão para a Justiça do outro estado.

Por telefone, o pai da estudante, Paulo Freitas, diz que “estamos confiantes na resolução. Tem bastante coisa. Essa resolução tem que sair”. Segundo ele, Wagner era muito amigo da filha. “Por que até agora não prenderam ele? Tem mandado de prisão. Tem muita coisa no ar que a gente fica desconfiado”.

Quanto a ausência da filha, Paulo revela que “um ano que se foi, mas parece que estou sempre olhando ela chegar e entrar pelo portão como ela sempre fazia. Se você soubesse a agonia que a gente tem”, finaliza o pai.

Mais RO com texto adaptado do G1