Coluna do RK- Bastidores da Política Nacional e Regional

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Por Roberto Kuppê (*)

 

                                         Paraisópolis

Neste domingo, 8, vai ter um culto ecumênico em homenagem às nove vítimas do massacre de Paraisópolis. Será um momento de reflexão, onde a comunidade local, independente de religião e posição social, terá oportunidade de dialogar e pensar no futuro de paz. Afinal, o nome do bairro é Paraisópolis e não Infernópolis. A população de São Paulo precisa de paz e prosperidade para todos e não só para uma minoria. As manifestações contra o massacre de Paraisópolis já estão fazendo efeito. A Câmara Federal retirou do pacote anticrime de Moro o excludente de ilicitude, que, seria, na verdade, autorização para PM  matar pobres e negros das periferias.

                                       Ao Deus dará

A nossa juventude está à deriva, sem rumo há décadas. As populações negras e menos favorecidas são as mais atingidas pelas injustiças praticadas pelos organismos de segurança, à despeito de fazer cumprir a lei. É desigual e desproporcional a força empregada para buscar esse objetivo. Os jovens das periferias estão ao Deus dará, principalmente os menores de idade, consumindo álcool e drogas ilícitas e as meninas sendo engravidadas num momento fortuito. As leis que proíbem a permanência de menores após as 22 horas e o consumo de álcool não são cumpridas. É vedada com pena de prisão vender bebidas alcoólicas para menores, mas até hoje ninguém foi preso. A permissividade é geral, tanto para quem vende, quanto para quem compra. No intervalo disso as drogas ilícitas ganham terreno e mais consumidores. Neste momento quando este governo fala tanto em moralismo, por que ainda não fizeram cumprir as leis que já existem?

                                            Aos Deus dará 2

Em tempo de redes sociais, os pais, coitados, não têm força para impedir que seus filhos vão para as ruas enfrentar toda sorte de perigos. Muito pelo contrário. No festival do vale tudo, pais estão liberando seus filhos e seja o que Deus quiser. Uns vão para os shoppings, que, a princípio, seria mais seguro. Mas não é. Outros vão para as ruas, praças, regadas a drogas ilícitas e bebidas lícitas. Porque não há opção de lazer sadio. Não tem espaço para jovens se entreterem a não ser os oferecidos pela iniciativa privada. O resultado de tudo isso foi o que aconteceu em Paraisópolis e que se repete Brasil afora. Os mais fracos perecendo mais fácil diante da força policial.

                                             Tem saída?

É claro que tem saída. É só fazer cumprir as leis e criar programas sociais que atinjam principalmente as camadas mais pobres da população periférica. Assim como a Lei Seca é um projeto de sucesso, que já salvou a vida de milhões de motoristas, uma Lei Seca Jovem (digamos assim), poderia ser implementada. Nas escolas devem ser ministradas aulas de boa música, com doses cavalares de João Gilberto, Chico Buarque, Caetano Veloso, Ellys Regina, dentre outros. Leitura de livros deve ser incentivada. O consumo de drogas e a gravidez de crianças devem ser motivos de preocupação todos os dias nas escolas. Sem rumo, os jovens tomam o único caminho que lhes apresentam, sendo encurralados nas vielas sem saída de uma Paraisópolis da vida. A solução, portanto, está bem à frente das autoridades.

                     Prêmio Chico Mendes de Jornalismo

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) aprovou nesta quarta-feira (4) projeto de lei que cria o Prêmio Chico Mendes para homenagear jornalistas que tenham produzido matérias relevantes para a preservação do meio ambiente. O texto (PRS 85/2019), do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), prevê a entrega, a cada ano, de diploma de menção honrosa a três matérias, produzidas em todos os formatos de mídia. A cerimônia de premiação ocorrerá em sessão do Senado promovida no mês de junho, por ocasião da comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente. O voto favorável ao projeto foi lido na Comissão pelo senado substituto, Styvenson Valentim (Podemos –RN). Na avaliação do relator, senador Confúcio Moura (MDB-RO), a criação do Prêmio Chico Mendes, além de incentivar matérias jornalísticas sobre proteção ambiental, poderá trazer para a agenda política questões ambientais desconhecidas ou pouco exploradas. “O reconhecimento desses profissionais é louvável, pois, por vezes, laboram em condições de elevado risco, devido a ameaças ou ao acesso precário a certas regiões do país”, destacou Confúcio Moura em seu relatório.

                              Bolsonaro cumpre promessa

O presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido), está cumprindo o que prometeu antes, durante de pois da campanha eleitoral. Governar para a maioria (leia-se maioria rica, branca e evangélica). Acabou com os benefícios para deficientes, aprovou rodeio com animais, privilegiou militares da reforma da Previdência, liberou armas, acabou com a fiscalização do Ibama, abriu a Amazônia para grileiros e isentou de impostos as igrejas, atendendo ao amigo Edir Macedo (IURD). Vai acabar com o SUS e com o ensino gratuito. O MEC será extinto em breve.

                                          Sem remédios

Documentos apontam a suspensão de projetos de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) destinados à fabricação de remédios para pacientes que sofrem de câncer e diabete e transplantados.

Contratos com 7 laboratórios públicos nacionais para a produção de 19 medicamentos distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foram suspensos pelo ministério da Saúde nas últimas três semanas. Os documentos foram obtidos pelo Estadão e apontam a suspensão de projetos de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) destinados à fabricação de remédios para pacientes que sofrem de câncer e diabete e transplantados. Os laboratórios que fabricam por PDPs fornecem a preços 30% menores do que os de mercado. E já estudam ações na Justiça. Veja aqui a lista.

                                         Batida na ALE-RO

Parece que prisão e execração pública não estão resolvendo em Rondônia. Nesta quinta-feira a Polícia Federal e o Ministério Público de Rondônia deram uma batida na Assembleia Legislativa do Estado. O motivo foi o mesmo que condenou pelo menos cinco ex-presidentes daquele poder: desvios de recursos públicos. O pior de tudo é que desta vez, além do atual presidente, LaErte Gomes (PSDB), a operação fez buscas no gabinete do deputado Jean Oliveira (MDB), filho do ex-deputado e ex-presidente Carlão de Oliveira (MDB) que está foragido.

                                    Sinjor contra MP 905

Jornalistas  de Rondônia se manifestaram contra a Medida Provisória 905/2019, também conhecida como “Carteira Verde e Amarela”, que, entre outras medidas, prevê a extinção do registro para algumas profissões. Além de jornalistas, publicitários estiveram na última terça, na Câmara de Vereadores de Porto Velho protestando contra mais essa ação nefasta do presidente da República, Jair Bolsonaro. 

                                     Senador gastão

Em se tratando de gastar, não tem para ninguém. O senador Marcos Rogério (DEM-RO), que não abriu mão de nenhum benefício e regalias do cargo, é o que mais gasta mensalmente. Marcos Rogério gastou no último mês  R$ 235.146,24 . Em segundo lugar Acir Gurgacz (PDT) – R$ 216.527,61. O que menos gastou foi Confúcio Moura (MDB) – R$ 164.202,36. O levantamento foi feito pelo Dom Total. No último mês R$ 19 milhões de dinheiro público foram gastos pelos senadores brasileiros com a chamada cota de atividade parlamentar. O custo anual com apenas um senador pode superar R$ 3 milhões, caso o parlamentar faça uso de todos benefícios disponíveis. Um senador tem direito a salário mensal de R$ 33.763, auxílio-moradia de R$ 5.500, cota de serviços gráficos de R$ 8.500, cota parlamentar de R$ 41.844,45 e verba de gabinete de R$ 160 mil para contratar até 55 servidores comissionados.

                                                  Antonella

O que parecia impossível, está quase virando uma realidade. A família de Antonella Garcia da Cunha Moro diagnosticada com AME (amiotrofia muscular espinhal) tipo 1 ( o mais severo) está em campanha para salvar o bebê. A AME é uma doença rara, genética, que caracteriza-se por fraqueza e atrofia da musculatura, acompanhada de fasciculações, de idade de início muito variável, sendo mais grave o comprometimento motor quanto mais precoce o seu início. Desde que foi internada para tratar da pneumonia, a Antonella se encontra na UTI (unidade de terapia intensiva), respirando com ajuda de aparelhos. Contudo, apesar de ter tomado as 04 doses iniciais do Spinraza, a princesinha não teve melhoras significativas ainda, sequer conseguiu alta da UTI. Em 24/05/19, a FDA (equivalente americana da Anvisa) aprovou o Zolgensma nos Estados Unidos, medicamento da AveXis (empresa da farmacêutica Novartis). O problema é o custo desse novo tratamento: 2,1 MILHÕES DE DÓLARES ou 9 MILHÕES DE REAIS. A família informa que está quase atingindo o valor. Já arrecadaram cerca de 55,5% do valor do ZOLGENSMA, ou seja, R$ 5,5 milhões de reais. para ajudar, entre aqui Antonella( site).

 

(*) Roberto Kuppê é jornalista, articulista político no eixo Rio-Brasília e Rondônia e presidente do Instituto Rondon