Bancos enrolam e não apresentam nova proposta para os trabalhadores

0
472

greveeA Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não mudou a proposta apresentada aos trabalhadores no dia 09/09 e já rejeitada em mesa pelo Comando Nacional dos Bancários. Esta é a segunda negociação durante a greve que os bancos não apresentam nada.

“Um desrespeito aos trabalhadores e toda a população. Os bancos chamaram para uma negociação e não trouxeram nenhuma novidade na mesa. A greve vai crescer até ter uma nova proposta, que inclui reajuste digno a manutenção do emprego para a categoria”,  disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região  e uma das coordenadores do Comando Nacional dos Bancários.

 

“Os banqueiros agem com total descaso ao tentar impor perdas de 2,39% aos bancários, já que insistem em não repor a inflação, e ainda, desvalorizar os funcionários, sem atender às demais reivindicações.  Quem quer redução de salário? É inadmissível que o setor que continua a lucrar tanto, mesmo em tempos de crise, opte por um papel tão nefasto de falta de responsabilidade social com seus funcionários e com a economia do país. Quem quer redução de salário são os banqueiros. Nossa resposta está nas ruas, nas agências, com a nossa greve aumentando. Continuamos dizendo a cada bancário e cada bancária: Só a luta te garante”, ressalta Roberto von der Osten, presidente da Contraf/CUT e uma dos Coordenadores do Comando Nacional dos Bancários.

 
Taxa de Juros – A taxa de juros, mantida alta, encarece o crédito e contribui para inibir o consumo das famílias e o investimento das empresas, fatores necessários para a retomada do crescimento. Em junho de 2016 os juros do cartão de crédito chegam a 447,44% ao ano e os juros do cheque especial chegam a 286,27% ao ano. Os bancos e fundos de investimento são os principais beneficiários dessas elevações da Selic, já que detêm cerca de 44% da dívida pública e são altamente remunerados com a alta nos juros. O dinheiro hoje vai para pagar banqueiros e investidores. O setor mais lucrativo do país negou as principais reivindicações da categoria, com o argumento que a economia esta incerta, mas só no primeiro semestre os bancos tiveram um resultado de R$ 107,2 bilhões com títulos, muito influenciados pelo elevado patamar da taxa Selic no país. Enquanto todos perdem os bancos seguem ganhando

 

 

Balanço – Um balanço feito pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região mostra que 911 locais de trabalho, sendo 28 centros administrativos e 883 agências fecharam nesta quinta-feira (15), décimo dia de greve dos bancários, na base do Sindicato (São Paulo, Osasco e Região). Estima-se que mais de 58 mil trabalhadores participaram das paralisações.

Mobilização – Data-base dos bancários é 1º de setembro. A categoria entregou pauta com as reivindicações no dia 09 de agosto e, após cinco rodadas de negociação com a federação dos bancos (Fenaban), não houve acordo para o índice de reajuste e demais reivindicações. No dia 30/08 os bancos apresentaram proposta com reajuste de 6,5% com R$3.000 de abono para os trabalhadores. Categoria, após assembleias realizadas em todo o país no dia 01/09, rejeitou proposta e greve teve início no dia 06/09. A segunda proposta aconteceu no dia 09/09, com reajuste de 7% (com 2,39% de perda salarial) e abono de R$3.300, rejeitada na mesa de negociação.

Direito de greve – O direito de greve está previsto na Constituição Federal e prevê algumas exigências, como a publicação de aviso de greve em jornal de grande circulação. O Comando Nacional dos Bancários também encaminhou às instituições financeiras o calendário até a deflagração da greve (por lei, a greve deve ser aprovada em assembleia dos trabalhadores e, após isso, comunicada ao empregador com antecedência de 72 horas). Essas determinações da lei foram rigorosamente seguidas pelo Sindicato. Para o empregador, a Lei de Greve proíbe a dispensa de trabalhadores ou a contratação de funcionários substitutos durante o período de paralisação.

 

Dados da Categoria – Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São cerca de 512 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Representa trabalhadores dos bancos públicos e privados que atuam nos seguintes municípios: São Paulo, Osasco, Carapicuíba, Barueri, Caucaia do Alto, Cotia, Embu, Embu Guaçu, Itapecerica da Serra, Itapevi, Jandira, Juquitiba, Pirapora do Bom Jesus, Santana do Parnaíba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra, Vargem Grande Paulista.

 

Nos últimos doze anos, a categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2015 de 20,85% e 42,1% no piso.

 

Principais reivindicações Campanha Nacional Unificada 2016:
•      Reajuste Salarial de 14,78%, sendo 5% de aumento real, com inflação de 9,31%
•      PLR – três salários mais R$ 8.297,61
•      Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24)
•      Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá  – Salário Mínimo Nacional (R$ 880)
•      14º salário;
•      Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários;
•      Emprego – Fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e precarização das condições de trabalho
•      Melhores condições de trabalho nas agências digitais
•      Mais segurança nas agências bancárias
•      Auxílio-educação

 

 
Proposta Federação Nacional dos Bancos (Fenaban): dia 09/09
Pagamento de um abono no valor R$ 3,3 mil para todos os bancários e um índice de reajuste dos salários e benefícios de 7% (perda real de 2,39%).

 

Como é hoje:

Piso escritório após 90 dias – R$1.976,10

Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.669,45

PLR – Regra básica: 90% do salário + 2.021,79 (podendo chegar a 2,2 salários) e parcela adicional: 2,2% do lucro líquido dividido linearmente entre os trabalhadores, com teto de R$ 4043,58

Auxílio-refeição: R$ 29,64 por dia

Auxílio cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 491,52

Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 394,70

Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 337,66