Uma comitiva de cinco senadores está em Lisboa, Portugal, para amplificar na Europa a denúncia do ‘golpe de Estado’ ocorrido no Brasil na última quinta (12).
Liderados pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR), copresidente da Eurolat, os congressistas brasileiros participam de uma assembleia geral na terça-feira (17) do organismo que reúne os parlamentos latino-americanos e o Parlamento Europeu.
Além de Requião, estão além-mar os senadores Lídice da Mata (PSB-BA), Lindbergh Farias (PT-RJ), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Requião deverá relatar o clima pós-golpe no Brasil, de fragilidade institucional e de divisão dos brasileiros em virtude da mídia e da direita golpistas.
A comunidade internacional vem dizendo não reconhecer como legítimo o governo interino de Michel Temer (PMDB), que ascendeu ao poder com a deposição da presidente eleita Dilma Rousseff (PT).
“Falei agora, na abertura da Assembleia do Eurolat, em Portugal, sobre a situação pela qual passa o Brasil. Denunciamos, juntamente com os senadores Lídice da Matta, Lindebergh Farias e Vanessa Graziotin, o processo de impeachment sem base constitucional, que é um golpe. Muitos parlamentares de outros países solidários conosco.A presidenta do Fórum Euro Latino Americano de Mulheres leu um Comunicado de Protesto contra a ausência de mulheres e diversidade no governo interino no Brasil”, postou Gleise Hoffman agora há pouco no Facebook.
Países da Alba (Venezuela, Cuba, Bolívia e Equador), da UNASUL e Mercosul também se manifestaram contra o golpe de Estado. O Uruguai, por exemplo, foi o último a declarar oficialmente que não reconhece a legitimidade Temer.
Uma moção de repúdio da Eurolat aumentaria ainda mais o isolamento do governo brasileiro golpista na América Latina e na União Europeia.
Internamente, no Brasil, o monopólio da mídia impõe censura acerca da resistência popular ao golpe. Manifestações anti-Temer não surgem nas televisões, rádios e jornais tradicionais.
Vem cabendo aos profissionais e veículos de imprensa estrangeiros o papel de informar o que realmente acontece no país, sobretudo os casos de repressão aos protestos como os que aconteceram ontem e anteontem em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Portanto, uma vergonha para os profissionais de imprensa brasileiros que corroboram, mesmo que tacitamente, com os barões da velha mídia golpista.