PSL Rondônia cava sua vitória de Pirro – Parte 2

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Percival Sanchez, de Brasília

Pirro, para além da vitória sanguinária conseguida com altíssimo custo e grandes prejuízos, teve uma expressão cunhada pelo anverso do seu valor. A “vitória de Pirro” não exprime uma vitória difícil – ainda que tenha sido – mas sim uma vitória inútil. E um registro não pode ser esquecido: Pirro foi um dos guerreiros que adentrou Troia dentro do cavalo de madeira dos gregos. À mesma moda, o governador eleito adentrou no PSL como um vírus “Cavalo de Troia”, desses que invadem os computadores. É balela a historinha que conta de que priva da amizade de Bolsonaro desde o tempo em que o futuro presidente era vereador. Marcos Rocha, o “coronel Pirro”, deu um golpe e tomou o partido da executiva que, exaustivamente, havia recuperado o partido das mãos de esquerdistas em Rondônia. Seu perfil dissimulado, insidioso e cara de bebê chorão é bastante conhecido na tropa e nos meios em que utilizou da mesma estratégia “Cavalo de Troia”. Sua vitória para o governo desenha-se como uma vitória inútil, pior para si e seu partido, mas muitíssimo pior para o povo de Rondônia.

E o vírus expande-se

Agora eleito e cercado de segredos inconfessáveis, MR instalou seu gabinete de transição ao lado do governador Daniel Pereira. E de lá transmite as ordens que recebe do alto clero do MDB, a quem serve como um apóstolo. São três mosqueteiros que duelam para ver quem manda mais sobre a cabeça do Coronel Pirro: Emerson Castro, seu padrinho político e principal arquiteto, Confúcio, seu ex-chefe vendido por ele e pela mídia como mentor e Valdir Raupp, o outrora todo poderoso mas que ainda é senador e conhece tudo de todos. O que menos aparece é o que mais tem poder sobre o Coronel Pirro, Emerson Castro, uma espécie de eminência parda do novo governo. Os outros dois, além de terem de lutar para manter nacos no governo – e estão conseguindo – estão tendo enorme trabalho jurídico em Brasília, em especial Confúcio Moura. O candidato do PSL ao senado que perdeu a corrida por míseros 18 mil votos, está encastelado aqui na capital para, de qualquer maneira, arrancar do senador eleito a chance de tomar posse. E Confúcio tem sim invejável coleção de problemas nas cortes.

Os recados erráticos

Quando se manifesta direta ou indiretamente, o Coronel Pirro comete imbecilidades e dá sinais de notável incapacidade gerencial e política. O jogo de esconde-esconde sobre o secretariado, sinaliza mais incompetência do que segredo guardado. O PSL e o próprio Coronel Pirro não têm um grupo. Formam, na realidade, algo próximo de um bando que se juntou em função de interesses de poder. Nada, nada além disso. Bolsonaro foi apenas o nome que serviu de tapete para a passagem do nada para lugar algum. Sua recente manifestação de que não deverá utilizar verba de publicidade em 2019, porque não teria nada a dizer, é mais um desvario do que realidade. É certo que um jovem advogado-conselheiro ligado umbilicalmente à principal emissora do estado, vai orientar nosso Pirro a não cometer tamanha caga… Mais, um grupo com pelo menos vinte dezenas de grandes e médios grupos e veículos de mídia vão fechar as portas em menos de 90 dias, sem a sagrada transfusão de dinheiro diretamente dos cofres públicos. Imagine-se o barulho que podem fazer contra o Imperador Pirro, que poderá transformar-se num triste e solitário Pierrot antes de 2020. Alerto ainda que, do governo federal, as verbas vão mais que minguar, secar. Portanto, que rufem os tambores e a batalha comece.

E os Raupp não largam o osso

Novamente há informes sólidos de que a transição não transaciona, não traciona, não funciona. Tudo mais se parece um encontro de imberbes feito fantoches, submetidos aos olhares silenciosos mas penetrantes dos técnicos do governo, qual predadores sobre as presas. Comenta-se aos risos incontidos sobre a notável incompetência do bando. Para tornar o ambiente mais belicoso, vaza a informação de que Raupp poderá ser o chefão da Casa Civil para, no mínimo, manter suas patas sobre parte importante do futuro desgoverno. Mais, fontes apontaram que o Coronel Pirro determinou, em acordo com Raupp, que o PSL ficasse fora da corrida suplementar à prefeitura de Rolim de Moura, para dar espaço ao MDB que, na reta final e por substituição, indicará nada mais, nada menos, que Marinha Raupp. Sim, não vão largar o osso tão fácil quanto poderia parecer.

E o partido continua à deriva

Do núcleo central do PSL, ficou apenas o agente penitenciário transformado, pasmem, em primeiro ministro. Sim, o guardador de bandidos manda mais que o coronel perdido. Na realidade o PSL não existe como estrutura partidária, foi apenas uma montagem eleitoral para cabalar os votos de Bolsonaro e tomar o poder em Rondônia, como já o fizeram vikings e piratas. O outrora poderoso secretário-geral, participante do golpe que tomou o partido, está escondido e diz-se alijado, assim como o senador financiador da campanha, feito mosca tonta aqui em Brasília. E o deputado federal eleito, que seria o natural presidente do partido, é um mosca morta. Ninguém consegue falar com ele e ele faz questão de omitir-se, pra não dizer esconder-se. Tudo passa pelo filtro ditatorial de uma pessoa que se diz seu irmão e atende pelo nome de Cássio, que é quem manda e desmanda no deputado, sua agenda e suas decisões. Aliás, a pergunta é: porque o Cássio não foi o candidato? Por esta e outras o partido vai continuar à deriva e vai levar Rondônia junto. É questão de tempo.

Marcos Rogério, o apagado?

Preciso fazer o registro do que corre aqui na capital federal: Marcos Rogério, nosso vigoroso deputado federal, ainda não apareceu no jogo do novo Congresso, ainda que o seu partido tenha conquistado nacos generosos no governo Bolsonaro a partir da chefia da Casa Civil, em breve nas mãos do deputado com nome de quartzo de segunda. Deve ser escolhido líder do DEM no Senado um tal de Davi Alcolumbre, eleito senador do Amapá em 2014 com estupendos 130 mil votos. Marcos Rogério, com seus rasos 320 mil votos, parece não valer seu peso em votos, em biografia e coreografia congressual. Como Marcos Rogério, Alcolumbre é egresso do PDT. O senador amapaense não tem curso superior e é alvo de investigação referente a abuso de poder econômico, político e de autoridade, como captação ilícita de sufrágio (compra de voto). Desejo que o senador Marcos Rogério possa mudar esse jogo, para não repetir o deputado Chrisóstomo, o apagado.