Problemas no rio Madeira são debatidos em Porto Velho (RO)

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navegaAs dificuldades enfrentadas para a navegação no rio Madeira foram debatidas por representantes de entidades sindicais da navegação brasileira no movimento de mobilização Capital da Navegação. O encontro foi realizado no auditório da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), em Porto Velho (RO), nessa quinta-feira (20), pela Fenavega (Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária).

A quarta etapa do evento abordou a pirataria e a privatização da hidrovia do rio Madeira. Também foram debatidos temas como a falta de dragagem e pirataria nos outros rios da Amazônia, a sinalização e transposição de troncos nas hidrovias, a desburocratização da navegação, investimentos no porto público de Porto Velho, a criação de um centro de treinamento de aquaviários e a possibilidade do porto de Porto Velho receber mercadorias da Zona Franca de Manaus (AM).

As melhorias solicitadas pelos representantes de entidades sindicais da navegação brasileira no evento serão encaminhadas à Marinha do Brasil, ao Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), ao Ministério da Justiça, à Receita Federal e ao Ministério do Meio Ambiente. Representantes de diversos órgãos e entidades do setor de transporte participaram do encontro. Entre eles, o diretor de Relações Institucionais da CNT, Aloísio Carvalho, que representou o presidente da CNT, Clésio Andrade.

O presidente da Fenavega, Raimundo Holanda, demonstrou preocupação com o futuro do rio Madeira. Segundo ele, é necessário que o governo federal invista, imediatamente, na dragagem do canal para aprofundar o rio no período da seca. “O Madeira transporta um número expressivo de mercadorias e merece mais atenção. Apenas no inverno, são transportadas 40 mil toneladas e no verão, o número cai para 10 mil toneladas por falta de dragagem, o que reduz as condições de navegabilidade do rio”, alertou.

Segundo o gerente de desenvolvimento e regulação da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), Adalberto Tokarski, o órgão defende que as contratações feitas pelo Dnit para realizar o serviço atendam períodos de 5 ou 10 anos e não anualmente como é feito hoje em dia. “A burocracia não acompanha a demanda de dragagem da região. Quando o recurso é liberado para a realização do serviço, o rio já está assolado”, reforçou.

O presidente do Sindarma (Sindicato das Empresas de Transporte Fluvial no Estado do Amazonas), Dodó Carvalho, destacou as fragilidades da navegação amazonense e de toda a região Norte. Segundo Carvalho, a prioridade é a falta de segurança gerada com o aumento da presença de garimpos ilegais ao longo do rio Madeira, principalmente no trecho que banha Porto Velho. “A atracação desordenada de balsas com dragas usadas na extração de ouro no meio do canal de navegação pode provocar graves acidentes. Além disso, o número de assaltos às embarcações só aumenta”, explicou.

Jane Rocha
Agência CNT de Notícias