Presidente do Quirguistão decreta estado de emergência na capital

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Com a medida, o exército do país passa a ocupar as ruas da cidade mais importante desta ex-república soviética localizada na Ásia Central.

O presidente do Quirguistão, Sooronbai Jeenbekov, decretou estado de emergência na capital Bishkek nesta sexta-feira (9), em meio aos distúrbios e protestos que, nesta semana, deixaram um morto e centenas de feridos no país.

Com a medida, o exército do país passa a ocupar as ruas da cidade até o dia 21 de outubro. Um toque de recolher também foi decretado. A ex-república soviética localizada na Ásia Central vive uma crise, depois de denúncias de fraude que levaram à anulação dos resultados das eleições legislativas.

Jeenbekov não aparece em público desde segunda-feira. Nesta sexta, ele declarou estar “disposto a renunciar “quando autoridades legítimas forem aprovadas e voltarmos ao caminho da legalidade”.

Manifestações foram convocadas para esta sexta-feira, o que poderá resultar em mais confrontos violentos.

Segundo a agência de notícias Reuters, tiros foram ouvidos nesta sexta na praça central do país, onde os manifestantes costumam se concentrar. Um início de confronto foi registrado entre dois grupos contrários que arremessaram pedras e garrafas de água entre si.

Nesta semana, o primeiro-ministro do Quirguistão, Kubatbek Boronov, renunciou ao cargo. Ele foi substituído por um político libertado da prisão na segunda-feira (5) pelos manifestantes, Sadyr Japarov, informou a assessoria de imprensa do Parlamento.

A movimentação no país preocupa a Rússia e, na quinta-feira, o presidente Vladimir Putin disse esperar uma resolução pacífica para a crise. Pela proximidade geográfica e histórica, milhares de trabalhadores russos têm origem no Quirguistão.

Além disso, o país abriga uma base aérea russa em seu território.

Manifestante ergue bandeira do Quirguistão diante de multidão que protesta em Bishkek em 5 de outubro — Foto: Vyacheslav Oseledko/AFP

Esses protestos lembram os de 2010 e 2015, que derrubaram as autoridades, acusadas de corrupção e concentração de poder e que também foram marcados por assaltos.

Rodeado por governos autoritários, o Quirguistão, um país pobre, é uma exceção democrática na Ásia Central — embora as transições políticas sempre tenham sido agitadas.

Fonte: G1