PELA SOCIALIZAÇÃO DAS ESCOLAS

Por Roberto Kuppê (*)

É uma ideia totalmente estapafúrdia e sem eficácia a militarização das escolas. Assim como a redução da maioridade penal e o fim do desarmamento. É a mesma coisa que passar asfalto numa rua sem esgoto.

Um dos problemas da violência nas escolas está na falta de disciplina e mais rigor no ensino, concordo, mas ela é mais ampla e atinge toda a sociedade que está doente. A violência tem várias origens, dentre elas está a desigualdade social, o alcoolismo, as drogas, o desemprego e a corrupção. Eu colocaria a corrupção no topo das causas da violência.

O que a militarização das escolas públicas quer é matar o doente e não curar a doença. Pois, de que adianta ter um aluno militarizado se no entorno dele conviverá com a pobreza, a falta de escolas, o desemprego, o alcoolismo,  as drogas, além da corrupção?

O que estamos necessitando é de uma escola inclusiva, participativa e preocupada com as famílias dos alunos. Uma escola livre de preconceitos, homofobia, racismo e bullying. Uma escola que não permita que os alunos chamem uns aos outros de apelidos pejorativos, tipo “gordinho”, “baixinho”, “dentuça”, “viadinho”, “pretinho”, etc. Uma escola que se preocupe com o bem estar dos alunos em seus lares, procurando se inteirar dos problemas familiares que os afligem.

A escola tem que interagir com as famílias e buscar soluções para os problemas enfrentados como alcoolismo, vício em drogas, desemprego, etc. Para isso a escola formaria parcerias com diversos órgãos governamentais para cuidar de cada caso.

Não podemos deixar de lado, principalmente, a valorização dos professores, concedendo-lhes salários dignos e condições de trabalhos com segurança e harmonia. Aí sim, teremos uma ambiente sadio, harmônico, alegre e feliz, onde todos os atores estariam satisfeitos.

Porque a militarização das escolas seriam fabriquetas de fascistazinhos, criatório de mini bolsonaros e propagador de mais violência, indo na contramão do que se quer combater..

(*) Roberto Kuppê é jornalista