O vírus do ódio chega à Bolívia-OEA colaborou para golpe contra a democracia

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Por: Augusto Branco

Sob a presidência de Evo Morales, a Bolívia teve seu período mais próspero. Durante anos seguidos, foi o país que mais cresceu economicamente na América Latina. A população mais pobre da Bolívia começou a ter mais qualidade de vida, tudo baseado na riqueza do petróleo daquele país. Como era de se esperar, esta riqueza despertou a cobiça de certas elites bolivianas, ávidas por pôr as mãos no petróleo e vende-lo para o controle de grandes multinacionais. Para justificar isto, alegavam crescente corrupção no país. O povo, entretanto, reelegeu Evo Morales. Mas a classe média, enfurecida, foi às ruas contra aquele que estava fazendo com que os mais pobres ocupassem seus espaços. Indignadas, claro, contra a corrupção. E assim foram para as ruas protestar.

Os protestos ficaram mais violentos após a OEA (Organização dos Estados Americanos) afirmar que houve irregularidades nas eleições bolivianas. Para evitar maior derramamento de sangue, Evo Morales renunciou junto com o presidente do Senado e o presidente do Congresso.

Enquanto escrevo este artigo, a Bolívia está desgovernada. Ainda que novas eleições sejam convocadas, já sabemos o resultado: será eleito alguém que atenda aos interesses dos mais ricos e dos militares. E se não for assim, a violência tomará conta de tudo. Recentemente, uma prefeita foi violentada, teve seus cabelos cortadas, tomou banho de tinta vermelha, e foi humilhada nas ruas da Bolívia. É o vírus do ódio contaminando o país. O fantasma do fascismo continua pairando sobre a América Latina.