No ritmo atual, população vacinável do país estará imunizada até maio

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No ritmo atual, o Brasil levaria 118 dias para vacinar 100% da população vacinável, ou seja, a partir de 5 anos, contra a Covid-19, doença causada pelo coronavírus, com duas doses ou dose única.

Atualmente, 74,9% da população brasileira vacinável — 198,5 milhões de pessoas, segundo projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — está com o ciclo vacinal completo. Ou seja, 149,9 milhões de pessoas estão completamente imunizadas.

De acordo com o volume de doses aplicadas por dia, só em 31 de maio toda a população estaria protegida. Para o cálculo a reportagem considerou as 410,7 mil doses aplicadas na segunda-feira (31/1) e dados disponibilizados pela plataforma LocalizaSUS, do Miniatério da Saúde.

Vale ponderar que a imunização de 100% da população dependeria do volume de vacinas disponíveis e da adesão da população, que é impactada, por exemplo, por movimentos antivacina.

Até o momento, o governo federal distribuiu mais de 407 milhões de unidades de vacina Covid-19. Foram aplicadas 355 milhões de doses. A campanha de vacinação começou em janeiro de 2021.

O infectologista especialista em medicina tropical Dalcy Albuquerque, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), analisou os números a pedido do Metrópoles.

Para ele, mesmo com os percalços, o país atingiu um bom índice de imunização. Dalcy cita o atraso na compra das vacinas e o movimento antivacina.

“Depois de um ano de campanha de vacinação, chegamos a números bastante animadores. Temos quase 80% da população com pelo menos uma dose. Poderíamos ter feito mais? Sempre poderíamos ter feito mais, mas há um momento que se esgota a capacidade dele”, destaca.

Ele completa. “Não podemos esquecer que nossa campanha ela realmente pegou força a partir de abril e maio, quando as vacinas chegaram. Antes, tivemos até a paralização por falta de doses”, frisa.

Para o especialista, neste momento é preciso reforçar a campanha para estimular ainda mais a adesão das pessoas.

“Chegamos a um momento que é o mais difícil. Temos lamentavelmente o embate ideológico. Ela está muito ligado aos 20% finais”, explica. Ele acrescenta. “Pode ser que esse final seja um pouco mais difícil. Nos Estados Unidos, o ritmo estagnou em 60%.”

Importância do SUS

Dalcy ressalta a importância que o Sistema Único de Saúde (SUS) teve nesse processo. “Apesar do SUS ser gigante, ser capilarizado, ele não foi usado em sua plenitude, até mesmo por falta de vacina”, avalia.

O médico ressalta que a vacinação teve um papel fundamental no impacto causado pela variante Ômicron. “Um indicador de sucesso é, com a explosão da Ômicron, o número relativamente pequeno de casos graves. As pessoas que tiveram casos graves não se vacinaram”, sinaliza.

Desde o início da pandemia, o Brasil registrou 25,5 milhões de casos de Covid-19, sendo que 628 mil pessoas morreram em decorrência de complicações da enfermidade.

Fonte: Metrópoles