IMPEACHMENT: ALIADOS DE HOJE SERÃO ADVERSÁRIOS EM 2018

Por Roberto Kuppê (*)

O resultado do julgamento final do impeachment programado para dentro de algumas horas, poderá selar não só o destino do PT, como dos demais partidos e abrirá outros precedentes como o perigo que correrão cinco mil prefeitos e 27 governadores. Alguns senadores estão eufóricos para votar a favor do impeachment achando que entrarão para a história por terem feito uma ação em prol do povo brasileiro. Pode até ser, mas pode não ser, como analisa Ronald Pinto, assessor parlamentar em Brasília, na postagem dele no Facebook: “Um erro de cálculo ou o dilema da derrota. Parece que a atitude politicamente mais confortável para os senadores seria votar pelo impeachment de Dilma. Só que isso representa aliar-se com o PMDB e PSDB encurralados pela Lava Jato. Acreditar que, com o mundo inteiro observando, conseguirão barrar as investigações é uma sandice.O PSDB é um partido tão fraco que para dar o golpe precisou se aliar com fascistas e nazistas, ou seja, a extrema direita.Quem se aliar com os golpistas agora enfrentará o seguinte dilema: Ganha o golpe e vai ter seu nome associado à quadrilha ou perde o golpe e fica no ostracismo.Por essas e outras que político experiente vota contra o golpe. Afinal se o PT fosse o mal que a mídia apregoa não existiriam tantas alianças com o PMDB, DEM e PT nas eleições municipais”.

Ronald Pinto tem toda razão. Será erro de cálculo. Os nobres senadores cairão numa armadilha mortal. Com o impeachment consolidado, fortalecer-se-ão apenas o PMDB e o PSDB (autores intelectuais do golpe). Os demais, como o PDT de Acir Gurgacz, perceberão que caíram numa armadilha, isso, falando-se em eleições 2018. O PMDB e o PSDB virão forte em 2018, lançando candidaturas próprias para presidente e governadores. Em Rondônia O PMDB vai lançar Maurão de Carvalho. E como ficará a candidatura de Acir Gurgacz ao governo de Rondônia? Acir será oposição ao PMDB que hoje, dia do impeachment, poderá ajudar a ficar mais forte se votar pelo IMPEACHMENT. Como o PMDB só está olhando para o próprio umbigo, cabe ao senador Gurgacz repensar o voto que será dado hoje, e, que trará consequências políticas para 2018, quiçá ainda nestas eleições de 2016.

Ainda quanto ao PDT tem o fator Ciro Gomes, candidatíssimo à presidência em 2018. Com o impeachment, a candidatura de Ciro Gomes fica fragilizada pois o PDT entrará em declínio junto com o PT. Se o impeachment não acontecer, PDT, PT, PSOL e PCdoB voltam fortes nas eleições de 2018.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e filiado ao PDT de Rondônia