Impasse nas negociações entre SINPRO e Faculdades Particulares poderá causar mobilizações e provocar Dissídio Coletivo 

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Durante a primeira rodada de negociação entre o Sindicato dos Professores das Faculdades Particulares (SINPRO) e o Sindicato Patronal que representa as Faculdades, o SINEPE, foi apresentada uma proposta, para a Convenção Coletiva da Trabalho (CCT) 2022/2023 de 4% de reajuste salarial, 10% no auxílio alimentação cujo valor passaria de R$ 110 para R$ 121,00. Os representantes patronais buscaram justificar a proposta extremamente rebaixada, menos da metade da inflação dos últimos 12 meses, por conta do cenário econômico muito desfavorável, principalmente para o setor educacional que vem tendo perdas significativas no quantitativo de alunos matriculados.

O presidente do SINPRO, professor Luizmar Neves, também argumentou que a realidade do cenário econômico tem sido muito mais desfavorável aos trabalhadores do que às empresas, por conta do aumento exagerado da inflação no custo de vida, principalmente nos últimos 12 meses, que resultará em um índice acumulado do INPC-IBGE de aproximadamente 11%. Além disso destacou a intensa mobilização do SINPRO na defesa contra as tentativas de redução das mensalidades em 30%, durante a fase mais aguda da pandemia de Covid-19; bem como o fato de que o SINEP tem ano a ano concedido reajustes muito inferiores à inflação, o que resulta em perdas acumuladas superiores à 30%.

Para o advogado Itamar Ferreira, do Escritório de Advocacia especializado em consultoria sindical e trabalhista, se na próxima reunião de negociação não houver uma melhora significativa na proposta patronal, não restará à categoria e ao SINPRO outra alternativa que não seja tomar medidas mais enérgicas, como manifestações e mobilizações, requerer ao Ministério Público do Trabalho (MPT) uma mediação e instaurar um Dissídio Coletivo, econômico ou de greve, na Justiça do Trabalho. O histórico de negociações entre SINPRO e SINEPE, nos últimos anos, mostra grandes possibilidades de uma solução negociada, que evitaria grandes desgastes às partes.

O presidente do SINPRO ressaltou que os trabalhadores não suportam mais trabalhar com salários baixíssimos, sem um piso salário digno e sem benefícios. O presidente destacou ainda que, no caso dos trabalhadores em estabelecimentos de ensino privado, são anos e anos sem uma representatividade comprometida com os interesses da categoria; pois a diretoria atual do sindicato só assumiu há a pouco mais de um ano a representação sindical da categoria. Já na situação dos professores do ensino superior, o SINPRO promete lutar com unhas e dentes para restabelecer pelo menos um pouco da dignidade dos seus representados, afirma Prof. Luizmar Neves presidente do SINPRO-RO/SINTEEP-RO.

Fonte: Assessoria SINPRO