Em meio à sua maior crise, MDB-RO apresenta nomes competitivos à Câmara Federal

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Uberlando Tiburtino é candidato a deputado federal pelo MDB-RO

Completamente dividido em mais de uma parte, o Movimento Democrático Brasileiro – MDB de Rondônia vive um paradoxo positivo: pode eleger até dois deputados federais, pois possui quatro nomes de perfis diferentes, mas com enorme potencial de votos, dentre eles, o professor Uberlando Tiburtino

Por Eliseu Lira (*)

O Movimento Democrático Brasileiro – MDB/RO viveu em tempos recentes uma das suas maiores políticas e institucionais desde a sua fundação. Com uma bancada no Congresso composta por um senador e um deputado federal, o partido tem apenas um deputado estadual – uma situação estranha ao tamanho e importância que sempre teve no estado.

Nas últimas eleições para o diretório estadual, o deputado federal Lúcio Mosquini venceu a disputa e virou presidente da legenda. No mesmo pleito, o deputado estadual Jean Oliveira ficou com a vice-presidência, com os cargos administrativos destinados aos aliados do senador Confúcio Moura – fato que gerou reservas nos correligionários que avaliavam ser possível e equitativo divisão mais equilibrado do poder decisório do partido.

Neste ano, ao definir qual caminho seguiria nas eleições, mais uma crise, iniciada no anúncio do senador Confúcio Moura em não querer disputar o governo do estado. Com isso, o MDB ficou sem nome competitivo para a disputa. Com a chegada do momento das articulações partidárias para a disputa eleitoral, sob a orientação do deputado Lúcio Mosquini, parte da sigla optou em compor com o atual governador Marcos Rocha. A outra parte, orientada pelo senador Confúcio Moura, decidiu não definir o apoio a nenhum dos candidatos colocados na disputa.

Essas posições ficaram claras por ocasião da realização da reunião do Diretório Estadual, ocorrido de forma virtual. O resultado foi favorável ao grupo do deputado Lúcio Mosquini e do vice, Jean Oliveira. Assim, institucionalmente, o partido apoia a reeleição do governador Marco Rocha. Na prática não é bem assim.

Na composição das nominatas proporcionais, a que reúne os candidatos à Assembleia Legislativa é bastante frágil e parece ter sido construída como veículo para a reeleição de Jean Oliveira. No entanto, no caso da nominata dos candidatos à Câmara Federal, houve acerto na escolha dos nomes.

De fato, ao reunir o próprio Lúcio Mosquini, mais Thiago Flores, Tiziu Jidalias e o Professor Uberlando e outros nomes fortes, o MDB reúne condições para lutar pela eleição de dois destes quadros do partido. Explico.

Cada um destes quatro nomes atua em um segmento específico, representando-os com bastante força e muita experiência. É assim com Thiago Flores, delegado de polícia de carreira. Bem apessoado, jovem, desenvolto nas redes sociais e ex-prefeito de Ariquemes, Flores transita em espaço próprio. Tiziu Jidalias é empresário, experiente na política, bem votado em Ariquemes e região, anda bem junto aos evangélicos. Lúcio Mosquini, por sua vez, busca o seu terceiro mandato, onde atua fortemente com o uso de emendas parlamentares, que destina habilmente aos seus redutos.

Empresário do agro, Mosquini tem nas relações com os prefeitos dos municípios que ajuda com o mandato, a sua base eleitoral. Por sua vez, o Professor Uberlando transita em um espaço com grande alcance, capilarizado e quase fidelizado. Professor, pesquisador e reitor do Instituto Federal de Rondônia – IFRO por dois mandatos, Uberlando é jovem, com ideias claras sobre a educação inclusiva e discurso bastante organizado.

(*) Eliseu Lira é articulista e consultor político