Eleições do Sintero serão em novembro e o longo “reinado” de Nereu Klosinski pode estar no fim

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É notória a enorme influência do sindicalista Nereu Klosinski dentro das diretorias do Sindicato dos Trabalhadores na Educação (SINTERO), praticamente desde a fundação da entidade até os dias atuais. Mudam-se os presidentes e outros dirigentes do sindicato, mas o poder de Nereu é onipresente no movimento sindical da educação em Rondônia.

Considerado um hábil articulador político e negociador implacável, ao longo dos anos ele conseguiu trazer para o seu lado verdadeiros arqui-inimigos, como os sindicalistas do PC do B, que após muitas derrotas, nas últimas eleições passaram a compor com Nereu. Na última eleição ele conseguiu mais um feito: trouxe para o cargo de presidente
a professora Lionilda Simões, a Léo, de Cacoal, que na eleição anterior tinha sido uma dura concorrente numa chapa adversária que perdeu por cerca de 100 votos apenas, numa votação que teve aproximadamente 12 mil eleitores.

Para a nova eleição que irá se realizar em novembro próximo, o habilidoso sindicalista teria conseguido mais um verdadeiro prodígio, aliciando o apoio do crítico mais feroz das últimas administrações do SINTERO (inclusive tendo processado vários diretores da entidade, sem muito sucesso), o professor Xavier Gomes de Cacoal, que foi convencido por Nereu a não lançar chapa nesta eleição. Esta é mais uma demonstração do poder de Nereu dentro do SINTERO.

Porém, além cooptar os apoios necessários para mantê-lo no comando do sindicato, que o tornaria uma verdadeira “eminência parda”, à qual os últimos presidentes sempre tiveram uma notória dependência, Nereu tem se mostrado muito duro para excluir os adversários internos, principalmente aqueles com potencial para ascender ao poder da entidade. Foi assim com ex-dirigentes como os professores Lucimar, Jorge Lourenço e Claudir Rodrigues.

Mas a atuação desse verdadeiro ‘comandante-em-chefe’, na prática, do SINTERO, vez ou outra se volta contra aliados de longa data, quando se torna necessário retirar algumas pessoas para abrir vagas para novos aliados, foi o que teria acontecido com os ex-presidentes João Duarte e José Wildes, que atualmente estão fora da entidade.

A partir de 2016 Nereu tentou ampliar o seu poderio para outros sindicatos, quando um grupo de quatro dirigentes do SINTERO dentro da CUT-RO sabotou a gestão do sindicalista Itamar Ferreira, fazendo uma verdadeira guerra com uma falsa denúncia, posteriormente rejeitada pela justiça. Nereu chegou a assumir a presidência da Central por dois anos e tentou impor para os demais sindicatos um nome do SINTERO na presidência CUT: a atual candidata a vereadora Rosa Negra, iniciativa amplamente rejeitada pelos demais sindicatos.

As próximas eleições terão apenas duas chapas, conforme foi constatado no encerramento do prazo às 18 horas desta segunda-feira, 05/10. A chapa do Nereu será encabeçada pela atual presidente Léo, e a chapa 2 (de oposição) pelo professor Ozeas Ferreira de Goes, de Vilhena.

Este cenário de apenas duas chapas costuma ser desfavorável para a chapa de situação, que vai à reeleição, pois os descontentes (que não são poucos) tendem a votar maciçamente na chapa de oposição. Esta é uma situação muito diferente das eleições anteriores do SINTERO, que sempre tiveram três ou mais chapas, causando a divisão dos votos de protestos. Vai ser um teste para a longevidade de Nereu no SINTERO.

FONTE: Assessoria