ELEIÇÕES 2022 Cadê o antagonista em Rondônia?

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O cenário atual da sucessão estadual em Rondônia é uma fotografia que já está velha. Cansou. É muito do mesmo, aquela repetição que dá ânsia de vômito. E o eleitor, que muitos consideram um néscio, está de olho nessa vagareza e falta de certeza.

O eleitor gosta de novidade, de algo que lhe mostre um novo caminho pra resolver seus eternos problemas: dinheiro curto (quando tem), emprego (quando tem), saúde (quando tem), educação que não educa, falta de perspectiva. Amém.

Rondônia, tido como o estado do agronegócio, é uma farsa bem montada para manter a renda altamente concentrada. Somos um notável importador de alimentos. Basta andar em qualquer supermercado. Agronegócio de quê mesmo? Soja e carne bovina. Pra exportação. E fim.

Com cerca de 200 mil servidores públicos em atividade e aposentados nas três esferas de todos os poderes, este é o segundo maior grupo de assalariados, que se junta aos mais de 240 mil da iniciativa privada. Com 200 mil em busca de um emprego ou trabalho e mais 200 mil na economia informal, esse agronegócio aí é tudo fachada.

Amarrados e Amordaçados

Estamos amarrados e amordaçados por um modelo de desenvolvimento sem futuro para a maioria da população. Aqueles que definem esse modelo estão trancados em salas refrigeradas e decidem nosso futuro em telas de computador, como num game.

Milhares de telas de powerpoint que, espremidas, não geram um centavo de riqueza, são exaustivamente produzidas pelo governo, e os órgãos que deveriam produzir desenvolvimento como FIERO e SEBRAE, repetem os mesmos modelos que começam em nenhum lugar e nos levam pra lugar algum há décadas.

Então, o eleitor está como aquele faminto e sedento, em busca de água e comida, mas só recebe migalhas e gotas das sobras desse modelo de desenvolvimento com um século de atraso. E, por absoluta inanição, sucumbem na urna eleitoral pra entregar seu maior ativo, o voto, para essa turma do primeiro andar que nada faz.

O Antagonista

O atual governador é apenas mais um na lista dos mesmos de sempre. E os outros pré-candidatos até aqui formalmente declarados, mais do mesmo. Um horror. Mas existe uma avenida paralela, livre, desimpedida, pronta pra ser ocupada por alguém que tenha, de fato, o perfil do ANTAGONISTA a este descalabro.

Sim, aquele que vai escancarar todas as mentiras, desnudar todas as mazelas, mas especialmente apontar para um novo, de fato novo modelo de desenvolvimento baseado em serviços, comércio, logística, tecnologia e inovação. E transformar o campo em produtor de alimentos de mesa e não apenas para exportação.

O antagonista não precisa de rótulo de esquerda ou direita. Não precisa de sigla partidária. Não precisa dos modelitos de liderança cansados de tantas mentiras. O antagonista é aquele que, de fato, é contra tudo e todos que aí estão, que põe o dedo na ferida supurada e fétida e mostra que existe sim um futuro muito melhor pra todos.

O antagonista não é nem o salvador da pátria nem o mito. Não é uma construção eleitoral. Ele representa uma nova estratégia de abordagem para nossos problemas baseada em ações de base contundentes, transformacionais e efetivamente realizáveis.

O antagonista está aí, mas ainda teme ser tão ousado diante de tanta hipocrisia que extasia e imobiliza com tanta fantasia. O antagonista é um adulto jovem em mandato, tem histórico político ileso, tem posicionamentos, tem boa escola, é arguto e sabe domar as palavras, mas ainda não tem uma plataforma e um programa de antagonista, ainda que ele seja O ANTAGONISTA.

Na realidade, o antagonista não é um candidato pronto, ele é fruto do próprio processo de mudanças. Tem que ser. O mais do mesmo que aí está não muda nada e quando muda, só nas aparências.

Quem será ele?

José Bueno

Consultor político