Depois de 15 anos no cargo, presidente da Aspometron perde o Conselho Fiscal e tem contas questionada pelos sócios

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Só de ajuda de custo para viagens à Brasília, a Aspometron gasta cerca de
meio milhão de reais ao ano, apontam associados, armando haver exageros

PORTO VELHO – O tempo está fechando para o presidente da Associação dos Policiais e Bombeiros Militares do ex-território federal de Rondônia (Aspometron), Luiz Francisco da Costa, mais conhecido com tenente Costinha. No cargo há mais de 15 anos, segundo associados, almeja se perpetuar no poder. O levante contra o presidente da Aspometron nasce do descontentamento de parte dos associados – os militares que entraram para a Polícia Militar no período entre 1987 a 1991.

Intrigados com os altos valores despendidos pela Aspometron, esses associados questionam as viagens constantes com elevados gastos com passagens, ajuda de custo, diárias, alimentação, que somados, aproxima-se de um milhão de reais em 12 meses. Questionam também a tentativa de mudança no atual estatuto da Aspometron, para excluir os associados 87/91 do direito de votar e eleger democraticamente o seu representante. “Isso é uma manobra politiqueira do presidente Costinha”, dispara um associado.

Para alguns associados, a atitude significou um ato de deslealdade, embora aprovado em assembleia pelos filiados que foram transpostos. As promessas de campanha do tenente Costinha visando a reeleição também constituíram manobra para se manter no cargo. Ele enganou os sócios de 87/91, prometendo que iria mudar o estatuto, dando a eles o direito ao voto.

Causaram indignação, por exemplo, os gastos exorbitantes apresentados na prestação de contas. Ajuda de custo de mais de 500 mil reais durante o ano somente com diárias e hospedagens para ir à Brasília. Outro ponto, não menos importante, foi a convocação de uma assembleia marcada para o dia 27 de novembro, que o tenente Costinha cancelou na véspera, quando os filiados de Guajará- Mirim e Vilhena já estavam no ônibus a caminho de Porto Velho. Costinha argumentou que o cancelamento teria sido motivado pelo avanço da pandemia. Mas foi questionado pelos associados, em um encontro muito
tenso, pelo fato de no dia anterior, ter participou de uma solenidade presencial de formatura no QG da Polícia Militar.


A assembleia geral foi devidamente convocada no dia 11 de outubro, para acontecer dia 27 de novembro, com publicação em mídia de grande circulação conforme determina o estatuto social da Aspometron. Os associados do interior do estado fretaram ônibus para o deslocamento. Eles queriam prestigiar a associação ao participar pela primeira vez das decisões da Aspometron, inclusive. Os ônibus já estavam em deslocamento para Porto Velho, quando, para surpresa de todos, no meio no trajeto receberam a informação do cancelamento da assembleia geral de prestação de conta. Os associados enxergaram na
atitude mais um ato de desrespeito por parte do tenente Costinha.

Um áudio do presidente também alega que alguns associados o alertaram que suas contas não seriam aprovadas, e havia um boato de afastamento do seu grupo de diretores, motivo pelo qual resolveu cancelar a assembleia. Protelar as decisões quando envolve coletividade, nem sempre é a melhor decisão. A apresentação da prestação de contas abrangendo de 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro assinada pelo presidente Costinha, e corroborada pela técnica contábil, para os filiados, foi o estopim, a gota d’água. Isso sem falar na lista de compras.

É consenso, pelo menos no ponto de vista de pelo menos 80 por cento dos filiados, que a atual administração não está agindo com transparência, com ética e seriedade. Do contrário, não teria porque temer a perda do cargo, assim como não há a necessidade de se perpetuar à frente da instituição, como é o caso do tenente Costinha, que a todo custo vem lutando para se manter como presidente da entidade.
As ações ditatoriais do tenente Costinha à frente da Aspometron comprovam a velha história de que uma pessoa querer se perpetuar no poder não dá bons resultados, não rende para ninguém. Um exemplo é a reeleição, pois nenhum político que foi reeleito no país fez um segundo mandato melhor que o primeiro. Agora imaginem alguém que está no poder de uma associação há 15 anos e se recusa a deixar o cargo, inclusive provocando uma batalha judicial para manter-se no poder.


Para a maioria dos associados, a Aspometron precisa ter um Conselho Fiscal independente, mas que exerça seu ofício conforme determina o estatuto. Depois de uma batalha judicial, o sargento Muniz foi eleito Presidente do Conselho Fiscal. O alto grau de insatisfação dos filiados ficou explícito no resultado da eleição do Conselho Fiscal. A chapa do sargento Muniz foi eleita com 80% por cento dos votos.

Fonte: Expressão de Rondônia