Coluna do RK- Bastidores da Política Nacional e Regional

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Por Roberto Kuppê (*)

O caso da cocaína


Não é um caso isolado e nem uma questãozinha no governo Bolsonaro. É um problemão! E é apenas uma amostra do que desde sempre as Forças Armadas, bem como policiais militares, civis e federais trafegam com desenvoltura entre a lei e a criminalidade. A ascensão de Bolsonaro à presidência da República significou o triunfo das milícias, dos corruptos e dos maus políticos. E não é exagero de quem é da esquerda não. Nunca antes nesse país se viu tanta confusão em apenas seis meses de governo. E está só no começo…

O caso da cocaína 2
Os deputados federais Bon Ghas e Pedro Uzcai , ambos do PT do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, respectivamente, questionaram como 39 quilos de cocaína pura adentraram em uma das aeronaves da FAB, justamente na comitiva do presidente Bolsonaro que se destinaria ao Japão. Com certeza teve a conivência de muita gente para que este tanto de drogas pudesse estar entre as bagagens de autoridades brasileiras. É um absurdo, algo inominável. Pior. E se fosse um homem bomba transportando quilos de dinamites para explodir o avião presidencial? Ah, o sargento das milícias que transportava a droga, começou a atuar em 2016, no governo Temer e não nos governos Lula e Dilma como chegou-se a noticiar. OBS: Os pacotes na foto são ilustrativos e cheios de farinha de trigo.

 

 

Sr. Fracasso


Ficou evidente a observação da primeira ministra alemã, Ângela Merkel, quando disse, antes de começar a reunião do G20 em Osaka, Japão, que Jair Messias Bolsnaro é um fracasso como presidente da República. Não foram em vão as palavras dela. A ida de Bolsonaro ao encontro das 20 nações mais importantes do Mundo foi um fracasso. Quando Lula participou, saiu do G20 consagrado com o título de “O cara”, pelo ex-presidente dos EUA, Barack Obama. Enquanto Lula saiu-se como uma joia preciosa, literalmente falando, Bolsonaro volta ao Brasil como uma bijuteria barata.

 

 

 

 

Por que a extrema-direita odeia tanto o PT?

Os governos do PT fizeram políticas públicas para minorias e excluídos, como milhões e milhões do Bolsa Família, milhões de Minha Casa Minha Vida, PRONAF pra agricultura familiar, PROUNI, ampliação FIES, políticas de proteção às mulheres, indígenas, negros, quilombolas, comunidade LGBT. Mas, não foi só isso. Lula e Dilma atuaram decisivamente para tirar o salário mínimo de menos de 100 dólares e elevá-lo para mais de 300 dólares e para reduzir o desemprego que chegou a 5%, o menor índice da história o piso nacional da educação. Mas, o “andar de cima”, os ricos, também foram contemplados com a ampliação das exportações, principalmente do agronegócio, grandes lucros dos bancos, incentivos à indústria. Enfim, foi um governo para todos. Mas, o “pecado capital” do PT foi direcionar recursos e oportunidades para os excluídos e minorias, a elite e a classe média alta torciam o nariz para aquele “bando de pobres” em aviões e filhos de pedreiros/domésticas se formando como médicos, engenheiros, advogados, dentistas. Os donos do poder e do dinheiro decidiram acabar com esses “abusos” petistas e, através da grande mídia, fizeram ao longo dos últimos anos uma intensa campanha de ódio para ‘demonizar’ o PT, a ponto de termos um enorme contingente de pobres de direita, alienados, que defendem até o congelamento do salário mínimo, ataques aos sindicatos e o fim, na prática, da possibilidade de aposentadoria integral. Uma ‘espécime rara’ no mundo, mas comum na ‘fauna política’ brasileira o tal pobre de direita (pobre até de espírito), que aplaude até Decreto para trabalhar domingos e feriados sem horas extras (por Itamar Ferreira).

The Intercept
O site de reportagens investigativas, The Intercept, como o próprio nome já diz a que veio, interceptou conversas criminosas entre juízes e procuradores da República, que deveriam cumprir as leis e obedecer a Constituição Federal. Ficou claro e cristalino que o ex-juiz Sérgio Moro atuou, junto com o coordenador geral da Lava Jato, Deltan Dallagnol, para tirar o PT das eleições de 2018 que, diga-se de passagem, voltaria ao poder, se não fosse a intervenção criminosa dos dois, além da conivência do STF e da mídia. Após oito divulgações de mensagens vazadas, a coluna chega a conclusão de que Lula deveria ser solto imediatamente. Mas, como essa ação provocaria um efeito dominó, culminando com a soltura de tantos outros presos pela Lava Jato e até a anulação das eleições de 2018, o sistema achou por bem blindar a Lava Jato e fazer de conta que um bárbaro crime não foi cometido. E ficará Lula preso para o resto da vida, mesmo inocente. A menos que um ministro do STF se insurja de maneira enfática e coloque água no chope desta quadrilha que tomou conta do poder.

Mensagens adulteradas?

O ministro da Justiça, Sergio Moro, se manifestou pelo Twitter sobre as novas mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil. O ex-juiz voltou a colocar em dúvida a autenticidade das conversas e minimizou o conteúdo discutido pelos procuradores. Segundo os diálogos, os membros do MPF criticaram a atuação do então juiz e sua aproximação com Jair Bolsonaro (PSL), que acabara de vencer as eleições de 2018. “A matéria do site, se fosse verdadeira, não passaria de supostas fofocas de procuradores, a maioria de fora da Lava-Jato”, escreveu o ex-juiz na rede social. Ele se baseou na informação de que as mensagens foram adulteradas, algo que “só reforça que as mensagens não são autênticas”. Pelo Twitter, o jornalista Glenn Greenwald, editor The Intercept Brasil, admitiu que foi um erro de edição a publicação do nome do procurador Ângelo Goulart Villela – preso em 2017 – antes que o conteúdo estivesse disponível no site. De acordo com a reportagem, trata-se, na verdade, de Ângelo Augusto Costa, também do MPF. “Nós cometemos um erro ao colocar os bate-papos no formato online porque haviam 2 Angelos. Nós o corrigimos antes de ser publicado quando detectado por nossa checagem de fatos”, escreveu. A Coluna do RK tem uma singela sugestão ao ministro Sérgio Moro: se as mensagens vazadas foram adulteradas, é só mostrar as originais. Simples.

Queiroz e Temer

Onde estão Queiroz e Michel Temer? Onde estão os mandantes do assassinato de Marielle Franco? Tanto Queiroz (amigo de confiança dos Bolsonaros) e Michel Temer estão blindados pelo atual governo e nada lhes acontecerá nos próximos quatro anos. Quanto aos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, continuaram à solta, comandando novos assassinatos nesta República de Milícias.

Calendário Maia

O presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) é virtual candidato à presidência da República pela direita, em 2022. Por isso ele vai jogar tudo na aprovação da reforma da Previdência e em seguida propor o afastamento de Jair Bolsonaro (PSL-RJ) da presidência. Em se aprovando um novo impeachment, Maia se cacifa para as próximas eleições. Motivos para impeachment? Qualquer coisa serve. O importante é ter maioria na Câmara. Mas, motivo é o que nã falta. Em seis meses, Bolsonaro já fez mais merda que nenhum presidente o fez em tempo algum.

Lá em Rondônia

O governador de Rondônia, Marcos Rocha (PSL-RO) é outro que se bobear, será apeado do poder. Segundo fontes, o homem é um zero à esquerda depois da vírgula. Ou seja, nada. Em seis meses de governo não apresentou nenhum projeto para geração de emprego, desenvolvimento do estado, nada. O que tem foi herdado do governo Confúcio Moura, que, diga-se de passagem, foi o melhor de todos os tempos.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político