Coluna do RK- Bastidores da Política Nacional e Regional

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Por Roberto Kuppê (*)

Eleições 2020

As eleições do próximo ano, 2020 (passa rápido o tempo, hein?), serão como os filmes de Hollywood, a maioria realizados em estúdios com efeito especial. Explico. As redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter e outros) dominaram a política e será difícil viver sem elas. Quem não está conectado com a realidade, já era politicamente. E uma das peças fundamentais das próximas eleições serão os influenciadores digitais, além de, claro, dos sites de notícias. Eles, os digitais influencers (em inglês), estão por toda parte nas redes sociais, vendendo de tudo, informando, difamando, elogiando, espalhando fake news. Os malvados se dão melhor do que os bonzinhos. Exemplos de maus digitais influencers  que se deram bem nas eleições de 2018 são Joice Hallssemann (PSL-SP), Kim Kataguiri (DEM-SP) e Alexandre Frota (PSL-SP), eleitos deputados federais espalhando mentiras pelas redes sociais. Estes três foram alguns dos algozes de Dilma Rousseff que sofreu impeachment turbinado por fake news. É redundante dizer que Bolsonaro é um produto destes profissionais da internet. Foi o que mais se beneficiou das fake news espalhadas por digitais influencers. Enfim, a ferramenta que ajuda muitos, também prejudica outros.

MBL perdeu força

E por falar em digitais influencers, o MBL (Movimento Brasil Livre) está em decadência porque, um dos principais produtos deste movimento, o bolsonarismo, está em decadência, em queda. As inúmeras denúncias que orbitam o governo Bolsonaro fizeram que o MBL tentasse se dissociar do governo. Difícil, impossível tentativa. O MBL está para o Bolsonaro como Bolsonaro está para o MBL. A reforma da Previdência é um fator que une os dois. Hoje, domingo, o MBL conclama todo o Brasil para protestar contra o STF, porque esta entidade máxima do judiciário brasileiro rompeu com os meninos da Lava Jato. Sabe que vai acontecer? Será um fracasso. O MBL não consegue mais arregimentar milhões de pessoas, justamente por causa da ligação com o governo miliciano. Por apostar: não vai dar quase ninguém nas manifestações.

O Exército dos 117

117 fuzis incompletos apreendidos hoje no bairro do Méier, na casa de um amigo do PM reformado Ronnie Lessa.

Por que o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC-RJ) afastou o delegado do caso Marielle? O que ele descobriu de tão grave? Tem a ver com os 117 fuzis encontrados na casa do amigo do vizinho do Bolsonaro? Vizinho, o Lessa, acusado de atirar em Marielle. 117 fuzis novíssimo, na caixa. De alguma forma, foram importados dos Estados Unidos. Dizem que são armas parecidas com as usadas pelo exército americano. Será que eram para municiar a milícia?

 

Marcos Rogério governador?

Marcos Rogério no Japão

Que o senador Marcos Rogério (DEM-RO) é um político de Rondônia em ascensão, disso ninguém duvida. Em dez anos ele foi deputado federal por dois mandatos e se elegeu senador com mais de 340 mil votos. Retornando do Japão onde esteve por uma semana em missão oficial, Marcos Rogério está trabalhando firme rumo ao Palácio Rio Madeira. Deve disputar as eleições de 2022. Não tem nada a perder. O mandato dele é de oito anos. Se perder, terá mais quatro anos.

Expedito Júnior, qual o futuro?

Expedito é oposição ferrenha a Marcos Rocha

O ex-senador e ex-candidato ao governo de Rondônia, Expedito Júnior (PSDB-RO), que só não se elegeu governador em 2018 por conta da onda bolsonarista, só tem uma definição: é oposição ao governador Marcos Rocha (PSL). Tem andado pelos quatro cantos de Rondônia auferindo a temperatura. Com três tentativas frustradas ao governo de Rondônia, EJ deverá disputar a única vaga de senador em 2022.

Hildon Chaves se reelege?

É uma pergunta que todos fazem, inclusive ele. O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), eleito em 2016 por causa da frase “eu conheço um bandido com três minutos de conversa”, vai ter que se redobrar para se reeleger. Excelente administrador dos negócios particulares dele, HC viu que administrar uma capital como Porto Velho é bem complexo. Está apanhando principalmente no setor de transporte coletivo. Nos últimos doze meses, porém, tem imprimido um ritmo de trabalho que está sendo notado. Ele aposta numa obra para suprir algumas falhas da administração: a revitalização da EFMM, que, se sair mesmo do papel, será a redenção dele. O Espaço Alternativo para Confúcio Moura foi um divisor de águas que ajudou a elegê-lo senador.

Nome fortíssimo

Hoje, o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves só tem um adversário forte, diríamos, fortíssimo para 2020: o jovem advogado e ativista Vinícius Miguel (Rede). Em todas as enquetes só dá ele. Nas eleições para governador de 2018 assustou os adversários. Tirou o ex-presidente da ALE-RO, Maurão de Carvalho do segundo turno, colocando Marcos Rocha que venceu as eleições. Só na capital Vinícius obteve mais de 70 mil votos.

O massacre de Suzano

O ataque de um estudante à uma escola de Suzano (SP) é um aviso de que a liberação de armas só aumentará a violência. Armas nas mãos do povo é uma certeza de que mais mortes serão produzidas. Sem liberar, já produz milhares de mortes, imagina liberando. “Ah, mas bandido vai pensar duas vezes antes de assaltar uma pessoa armada”. A questão não é essa. O jovem assassino e suicida de Suzano não era bandido. Era um jovem comum sem antecedentes criminais. Está cheio de “gente de bem” matando esposas, taxistas por aí. Imaginem uma batida de trânsito com os dois motoristas armados. Já saem dos carros atirando um no outro.

Detran de Guajará-Mirim

Recentemente, a Polícia Federal deflagrou a Operação Dracma, em Guajará-Mirim, desarticulando uma quadrilha que lavava dinheiro do narcotráfico. Dentre eles, um empresário de nome Virgílio Gomes Oliveira, famoso por ser antipetista e a favor de Bolsonaro. Pois é. Ele é genro do diretor do Ciretran, de Guajará-Mirim, Thiago Felipe, na foto com o governador Marcos Rocha. Grande padrinho político.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político