Cem dias de governo, sob tensão e sem trégua do bolsonarismo

0
461

Por Roberto Kuppê (*)

Como se diz, a gente não tem um dia de sossego. Assim está sendo e continuará sendo o governo Lula até as eleições de 2026. Lula completa hoje 100 dias de governo sob tensão, sob ataque, mesmo estando no rumo certo e concretizando promessas de campanha e, acima de tudo, consertando o País destruído pelo último governo.

Sim, o Brasil voltou, mas eles não querem a volta da alegria. Não querem o combate à fome e proteção de quem mais precisa. Não querem que se cuide da saúde, da educação e investir em infraestrutura. Não querem que se  proteja o meio ambiente e recuperação do respeito internacional.

“Ah, mas você está superestimando os bolsonaristas”. Não se trata disso. Trata-se de uma realidade incontest. Mas, esse, digamos, fenômeno, não é exclusividade do Brasil. Está ocorrendo em todo o Mundo, especialmente nos Estados Unidos que praticamente ditam a política internacional.

Na realidade, o bolsonarismo não morreu com a derrota de Jair Bolsonaro em 2022. Muito pelo contrário, ficou mais forte. Calma, que vou explicar. Não, eles não são inteligentes como muitos acham. Muito pelo contrário, como já vimos em cenas grotescas durante os “protestos” nas frentes dos quartéis Brasil afora. Porém, eles não têm a mínima vergonha em se parecer ridículos perante o Brasil e o mundo.

E não ousem contestá-los. Eles não aceitam opiniões, principalmente da grande mídia. Eles se informam através de canais próprios de massificação de fake news. Eles vivem e sobrevivem de informações falsas que eles mesmo criam, acreditam e disseminam. A verdade para eles não interessa, mesmo sabendo que são verdades.

Eles sabem que sempre existe alguém que acredita na mentira deles. Por isso utilizam a estratégia de todos os dias soltar uma fake news, mesmo que ela caia em seguida. O importante para eles é manter a fábrica de fake news funcionando a todo vapor. Dane-se a verdade.

Ontem, domingo, este que vos escreve ousou dizer no Instagram durante uma live que a culpa pela falência de alguns empresários bolsonaristas que apoiaram os atos de 8 de janeiro, é de Bolsonaro. Bloquearam-me na hora. Eles não aceitam culpar quem realmente é o culpado por tudo isso. Eles acreditam que Bolsonaro é sim, um mito, e que vai voltar a governar o País ainda este ano. Sério, eles acreditam nisso. (Risos).

Eleições 2026. Tudo isso e mais alguma coisa já tem a ver com as próximas eleições presidenciais. Eles já estão em campanha para 2026 repetindo o que fizeram em 2018 para eleger Bolsonaro. Eles usaram e voltam a usar os 4 pontos básicos para eleger um presidente de direita:

1-Enfraquecem a fé das pessoas na mídia, para que duvidem da natureza da verdade; 2- Polarizam facções políticas na sociedade, exemplo: conservadores x comunistas; 3- Marginalizam a inteligência, debocham dos intelectuais e expõem suas sandices com a maior cara de pau; e, 4- Após instalar o caos na sociedade, elegem um candidato sob o pretexto de restaurar a ordem. Alguém inteligente ou carismático, mas que pode ser controlado.

E se Bolsonaro se tornar inelegível (100% de probabilidade) ou ser preso (50% de probabilidade), o bolsonarismo definha, acaba? Não. Muito pelo contrário. Sob a pauta da indignação, eles se tornarão mais fortes e mais ousados, proferindo palavras e realizando atos assemelhados ao terrorismo como existem em várias partes do Mundo.

Não se enganem, repito. Eles estão mais fortes e escolados. Fizeram pós-graduação em terrorismo social nos Estados Unidos, berço de bandidos ideológicos que assombram o mundo. As guerras no Mundo nascem e morrem através dos EUA. A exemplo, o Iraque na era Bush (filho) que atacou aquele país sob pretexto de haver armas químicas. Todo mundo sabe que não havia, inclusive denunciado pelo diplomata brasileiro, o rondoniense Maurício Bustani.

Lula está fazendo tudo certo mas isso não interessa para eles. O que interessa a eles é o fracasso do governo Lula mesmo que para isso o povo o pereça na miséria. Quem é contra os benefícios sociais como o Bolsa Família, por exemplo? O resposta seria ninguém, principalmente ao agronegócio que é um dos principais beneficiados. Os bilhões de reais dos programas sociais vão direto para os supermercados que são abastecidos pelo agronegócio.

No entanto, políticos outrora financiados e/ou representantes do agro são os principais adversários de Lula no Congresso Nacional. Some-se a eles a bancada evangélica que vive e sobrevive da fé. Fé oriunda da miséria e do desalento da população. No entanto, se essa população está comendo e morando bem, com certeza a força desses políticos enfraquece. Porque, para eles, o quanto pior, melhor.

Para conter o bolsonarismo é necessário mais do que a inelegibilidade de Bolsonaro, a prisão dele. Condenar os responsáveis dos atos de 8 de janeiro a pelo menos uns cinco anos de reclusão. É impressionante que nenhum político com mandato foi preso até agora, visto que participaram direta ou indiretamente dos atos terroristas. Estão a exigir uma CPMI para criminalizar as vítimas dos atos que eles mesmo incentivaram. Uma blasfêmia!

 

O governo através dos seus mecanismos e órgãos competentes necessitam agir com rigor e veemência, aplicando leis e criando projetos que barrem o surgimento de novos atos que com certeza ocorrerão. É preciso criminalizar atos antidemocráticos, sob pena de algum deles conseguir êxito como um golpe civil ou militar. O recado está dado.

(*) O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador. O Portal Mais RO não tem responsabilidade legal pela opinião, que é exclusiva do autor.