Boris Johnson evita rebelião no Partido Conservador

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Cinquenta parlamentares conservadores ameaçaram apoiar uma moção que exigia que os deputados tivessem voz sobre as medidas tomadas pelo governo para conter a propagação da Covid-19.

Boris Johnson, o primeiro-ministro do Reino Unido, evitou uma rebelião dentro de seu próprio campo conservador nesta quarta-feira (30), embora tenha sido acusado pela presidente da Câmara dos Comuns de tratar os deputados com desprezo.

Cinquenta parlamentares conservadores ameaçaram apoiar uma moção que exigia que os deputados tivessem voz sobre as medidas tomadas pelo governo para conter a propagação da Covid-19.

Eles acusam o Executivo de governar por decreto.

A presidente da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle, não permitiu que os deputados falassem sobre a proposta, argumentando que não havia tempo suficiente para um debate adequado.

Hoyle, no entanto, criticou o governo e a forma como impôs as novas restrições: “Conto com o governo para remediar uma situação que considero absolutamente insatisfatória”, disse ela, pouco antes de Johnson se pronunciar na sessão semanal de perguntas e respostas com o primeiro-ministro.

“Conto também com o governo para recuperar agora a confiança desta Câmara, e não tratá-la com o desprezo que tem demonstrado”, acrescentou.

Hoyle já repreendeu o governo por anunciar medidas relativas à pandemia aos meios de comunicação antes de comunicar o Parlamento. Ela disse que os deputados não tiveram tempo suficiente para debater as regras impostas para conter a Covid-19.

Deputados menosprezados

O governo de Boris Johnson já foi acusado de menosprezar os deputados após suspender a sessão parlamentar no ano passado em um momento crucial no processo de saída do Reino Unido da União Europeia. Essa decisão foi posteriormente anulada e declarada ilegal pelo Tribunal Superior.

Diante da pandemia, foi decretado um confinamento nacional em março, mas essa medida foi gradualmente suspensa durante o verão no Hemisfério Norte (inverno no Brasil).

Devido ao aumento do número de pessoas infectadas, novas restrições foram introduzidas nas últimas semanas. Há mais de 42 mil mortos no país, um dos mais afetados do mundo.

Fonte: G1

Por France Presse