Associação Médica Brasileira defende vacinação de crianças contra a Covid

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A Associação Médica Brasileira (AMB) divulgou, nesta segunda-feira (27/12), uma nota em que se posiciona “integralmente a favor” da vacinação de crianças de 5 a 11 anos de idade contra a Covid-19.

A AMB está entre uma série de entidades médicas que se manifestaram, nos últimos dias, pela imunização do público infantil. Sociedades da área têm cobrado o governo federal por uma decisão favorável à vacinação das crianças.

“Destacamos que a autorização da imunização na infância segue o mesmo rigor e normas de eficácia e segurança das demais faixas etárias. Atende de forma plena aos critérios exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, para vacinação de todos os públicos”, divulgou a AMB.

No comunicado, a associação citou que agências reguladoras de outros países adotaram critérios semelhantes aos da Anvisa para analisar a imunização infantil contra a Covid. É o caso da European Medicines Agency, na Europa, e a Food and Drug Administration, dos Estados Unidos.

A entidade também citou o número de óbitos de crianças por Covid no Brasil desde o início da pandemia: foram aproximadamente 300 mortes. “Novas mortes são absolutamente evitáveis e temos obrigação de trabalhar nesse sentido”, ressaltou a AMB.

“Pelo exposto, assim como por questões éticas, conclamamos todos os pais e/ou responsáveis a, quando as vacinas estiverem disponíveis, vacinarem seus filhos. Vacina é vida, vacinar, um ato de amor”, finalizou a entidade.

Consulta pública

A venda, distribuição e disponibilização da vacina Pfizer contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos foram autorizadas pela Anvisa há uma semana.

De acordo com a agência reguladora, a dosagem do imunizante será pediátrica e o frasco terá cor diferenciada da fórmula para adultos. Apesar da autorização, cabe ao governo federal adquirir as doses e incluir crianças no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

A medida já foi rejeitada, em diversas ocasiões, pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Além disso, o ministro Marcelo Queiroga defende que o tema não é consensual. Mesmo com respaldo científico da Anvisa, de entidades médicas e da Câmara Técnica que assessora o Ministério da Saúde, Queiroga acredita que a imunização das crianças ainda deve ser debatida.

O gestor abriu uma consulta pública, na página do Ministério da Saúde, para colher opiniões da sociedade sobre o tema. O processo teve início na última quinta-feira (23/12) e vai até 2 de janeiro. No entanto, a plataforma para responder às questões tem apresentado uma série de falhas.

Apesar da realização da consulta pública e da oposição do governo federal ao tema, a imunização infantil será liberada a partir do próximo dia 10. A informação foi antecipada ao Metrópoles por uma fonte do Ministério da Saúde.

Por sua vez, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, detalhou, em conversa com jornalistas na quinta-feira (23/12), que será necessária a apresentação de prescrição médica para a imunização. Salientou ainda que crianças com comorbidades serão priorizadas na campanha.

Fonte: Metrópoles