Alienação parental gera os “filhos da Mulher de Potifar” e é um risco para muitos pais, inclusive de prisão

0
194

RETICÊNCIAS JURÍDICAS  –  Por Itamar Ferreira *

Tempos atrás escrevi um artigo intitulado “síndrome da Mulher de Potifar” – esta citada na passagem bíblica Gênesis 39 – que é um conceito jurídico para definir mulheres que fazem falsas acusações de violência contra ex-companheiros, por mera vingança.

Mais recente me dei conta de que existem os “filhos da Mulher de Potifar”, que podem representar um risco ainda maior para os ex-maridos, principalmente, de prisão com longas penas, mesmo que sejam inocentes. As manchetes dos jornais estão cheias destes casos.

Esta semana acompanhei na Delegacia de Proteção à Criança e o Adolescente (DPCA), de Porto Velho, o caso de um cliente que registrou uma ocorrência porque a mãe de seus filhos, de 11 e 14 anos, estaria agindo para colocá-los contra o pai, dificultando ou mesmo impedindo a convivência paterna.

Ele relatou que um exemplo desse tipo atitude da mãe foi no último Dia dos Pais, em que ela saiu da cidade logo nas primeiras horas da manhã com os filhos e passou o dia todo em um local distante, sem telefone ou sinal de Internet.

Neste caso se trataria de uma mãe com um perfil análogo ao de uma sociopata, pois ela tem um longo histórico de dissimulações, manipulações e comportamentos hostis, como fingir uma gravidez com aborto e fazer uma falsa acusação de violência doméstica.

Ao tomar conhecimento de que meu cliente registrará uma ocorrência na DPCA a mãe foi imediatamente à delegacia e, também, registrou uma ocorrência contra o pai, alegando que ele constrangia e ofendia os filhos, chamando-os de “burro”, “idiota” e outras ofensas; vocabulários jamais usados pelo cliente, especialmente com os filhos.

Qual não foi a surpresa dele quando dias depois foi chamado à DPCA e informado que o caso estava concluído, com desfecho desfavorável pra ele, de injúria contra os filhos, que já ficou compromissado a comparecer a uma audiência no juizado da infância e juventude.

Estupefato, ele tomou conhecimento que os filhos foram ouvidos por psicólogos da DPCA e confirmaram os absurdos que mãe havia dito da ocorrência. Ou seja, ao acionar o aparelho estatal para denunciar uma possível alienação parental, acabou gerando mais pressão sobre os filhos, que foram manipulados e induzidos a mentirem contra o pai.

O cliente pediu orientação sobre o que fazer e lhe respondi: NADA. Pois tentar provar que os filhos estão sofrendo alienação parental só vai fazer com eles sofram mais manipulações e pressões, com sérios riscos para o pai e prejuízo emocional para os filhos. Melhor talvez fosse não insistir, deixar passar alguns anos, pois no início da fase adulta eles terão discernimento próprio e voltarão ao conviver com o pai.

Radical essa recomendação? Mostrei ao meu cliente alguns casos com ampla repercussão na mídia, de pais que passaram longos anos na prisão por falsas acusações de abusos sexuais e violências contra os filhos, que foram manipulados e coagidos pela mãe e/ou outros adultos, os quais só foram soltos após os filhos ficarem adultos e revelarem a verdade.

Disse a ele: imagine que após um final de semana na sua casa, o filho volta para casa da mãe sem nenhum problema, mas horas depois a mãe aparece com ele na DPCA, com o olho roxo ou outros sinais de violência e digam que foi o pai que fez tal coisa. O que você acha que acontecerá contigo?

Itamar Ferreira é dirigente sindical, formado em administração de empresas, pós graduado em metodologia do ensino, advogado e pós graduando em direito e processo do trabalho.