A revolução dos bichos d’O metafísico

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O mote do metafísico sempre foi claro, direto e simplificado ao extremo: “Dois passos para trás, nenhum pra frente”.

No mundo da Distopia, descrença moral e perseverança de quem procura pelo “mito caído do copo sempre meio vazio” – com um certo povo abençoado por Deux, também adorador da entidade sedutora dos lumpesianos –, a esperança virou depressão.

Nesse dia, neste país e em todos os outros, os lumpesianos deram um passo à frente, na verdade, andaram quilômetros, ladeira abaixo, nas ruas das principais cidades – quase todos os centros urbanos tinham sido renomeados e agora chamavam Imoralidade Citadina.

Nas ruas, com capacetes de alumínio na cabeça, clamando por Intervenção Sideral (ligavam celulares apontados para o céu de noite escura, fria, sonoramente vazia), seguiam os lumpesianos, os iluminatti, os adoradores do bezerro de ouro, e também um outro líder – conhecido como O metafísico. Esse sujeito tinha decorado Orwell.

Nessa noite espessa, desse dia fatídico (entre 2013 e 2016), Mijei, que havia arrasado a terra plana Argentina, naturalizou-se brasuca.

Há muito se dizia, à direita e à esquerda, aos berros, que nossa Constituição era um lixo. Assim pensavam todos os crentes do Poder Moderador: “A força está no tal artigo 142 da CF88” (adorado por metafísicos de todas as cepas). Foi, assim, então, que Mijei viria a se entronizar como presidente da República Bananeira do Brasil.

E tudo aconteceu desse modo, o Estado Democrático de Direito era outro lixo…e foi removido pelos lumpesianos.

E foi assim que demos dois passos à frente…no abismo da descrença absoluta com a democracia brasileira. Outro lixo burguês.

E foi assim que os sobreviventes me contaram sua fatídica e última passagem por aquilo que os muito antigos (os que ainda estudavam) chamavam de inteligência social.

No encontro das “extremaduras da ferradura política”, na Distopia anunciada, o metafísico venceu.

Nos venceu…e foi assim.

Resumo da ópera distópica: nós descemos para o play, sem saber jogar. Foi uma lambança de 7 x 1.

Hoje, não há quem duvide: O metafísico fez sua revolução gloriosa, mas foi uma revolução dos bichos. E o bicho mais saliente era uma barata, daquelas que davam arrepios e nojo profundo em Kafka.

Aliás, o metafísico dizia que era kafta…

 

Vinício Carrilho Martinez