A Polícia que Bolsonaro esqueceu

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Todos sabem que Bolsonaro se elegeu com um discurso de combate ao crime organizado, pois bem, isso pode até funcionar em alguns órgãos, mas para os presídios federais não.
Talvez pouca gente saiba o porquê das penitenciárias federais existirem. Pois bem, eles surgiram lá nos anos de 2006. Na verdade foram anunciados pelo presidente Lula já em 2003, mas as primeiras unidades surgiram em 2006, no Paraná e em Mato Grosso do Sul.
Mas por que existem esses presídios federais? Muito bem, eles surgiram em um contexto onde as facções criminosas aterrorizaram as grandes cidades do Brasil, diante do caos com ônibus queimados e execução de policiais. O governo decidiu que isolaria e monitoraria 24 horas por dia as lideranças criminosas em um regime rígido.

Como se sabe, nos presídios federais o regime é rigoroso e o sistema abriga a cúpula das facções criminosas existente no Brasil e América Latina. É lá que estão custodiados e sem contato externo, alguns dos homens mais perigosos do país.
Desde que assumiu como presidente, Bolsonaro adotou uma política de enfraquecimento do Sistema Penitenciário Federal. Até se pensou que os presídios federais seriam prioridades como forma de isolar os líderes do crime, tendo o ex juiz Sérgio Moro implementando algumas mudanças. No entanto, foi fogo de palha e logo se apagou.
Para se ter uma ideia foi promulgada a Emenda Constitucional 104/2019 que criou a Policia Penal Federal e que precisaria de regulamentação. Pasmem, até hoje nada foi feito pelo governo federal, enquanto nos Estados em sua grande maioria a Polícia Penal já é realidade.

Enquanto isso, os presídios federais vem sofrendo um sucateamento em massa, e quem ganha com isso é apenas um segmento social que Bolsonaro prometeu combater “as organizações criminosas”.

Os presídios federais, assim como a Força Nacional foram medidas acertadas do ex-presidente Lula no combate ao crime, mas ao que parece o atual governo não consegue dimensionar a importância destas unidades para a segurança pública do Brasil e dos países da América Latina.

Só resta a gente aguardar para assistir as ruínas de um sistema que já foi modelo para o Brasil e o mundo.