50 anos do Golpe de 64 “É preciso valorizar conquistas pós-ditadura, como os instrumentos de combate à corrupção”, diz Padre Ton

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Padre Ton em busca de alianças
Foto: Gustavo Bezerra
Foto: Gustavo Bezerra

Os 50 anos do Golpe de 1964, quando a ditadura militar se instalou no Brasil durante 21 anos, lembrados hoje (1) em Sessão Solene de Homenagem a Resistência à Ditadura, em Defesa da Democracia, trouxeram diversas  reflexões sobre o período, e para o deputado federal Padre Ton (PT-RO) um dos motivos de maior relevo para que “nunca mais o regime de exceção se instale entre nós” são a falta de transparência.

 

“Na ditadura não havia transparência, era praticamente impossível imaginar a sociedade civil organizada atuando para controlar gastos ou para denunciar a corrupção”, declarou o deputado, lembrando que as contas públicas não eram submetidas à fiscalização e a publicidade de gastos era praticamente inexistente.

 

“Avalio que a sociedade brasileira tem de ficar atenta porque existem setores conservadores que tentam minimizar os fatos terríveis ocorridos na ditadura. É preciso valorizar as conquistas obtidas desde o período de redemocratização do país, como a criação de instrumentos de combate à corrupção, os conselhos instalados em áreas importantes como as da saúde, segurança e educação”, diz o deputado.

 

Padre Ton registra ainda como questão fundamental para reflexão neste momento em que a história de um período difícil é reescrita em diversos meios de comunicação, a liberdade de expressão.

 

“A nossa presidente Dilma Rousseff, ela própria vítima daquele período, costuma dizer que é preferível o barulho da imprensa livre do que o silêncio das ditaduras. Concordo com a presidente. Nunca podemos nos esquecer que no regime de exceção a censura vigorava com intensidade nos jornais, rádios e televisões e também na produção cultural, nas artes, levando inclusive à prisão aqueles que contestavam corajosamente o regime”, afirma Padre Ton.