FAMÍLIA BOLSONARO RECEBEU “DOAÇÕES” DE EMPRESAS ENROLADAS NA LAVA JATO

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Nesta parte da investigação sobre o Bolsonaro e o seu envolvimento com políticos e empresas corruptas, iremos ver que as empresas condenadas pela Lava Jato não financiaram somente a sua campanha, mas também a campanha de seu filho Flavio Bolsonaro que se elegeu deputado estadual pelo Rio de Janeiro.

No site ’’Meu Congresso Nacional’, podemos ver que Flávio Bolsonaro recebeu dinheiro do Comite Financeiro Único do PMDB do Rio de Janeiro e também do Pedro Paulo Carvalho Teixeira, ex candidato a deputado federal. Todo mundo sabe que o PMDB do Rio de Janeiro tem políticos corruptos como Eduardo Cunha e Sergio Cabral, este último preso por receber milhões em propina para fechar contratos públicos.

De acordo com uma reportagem de 2015 da Época, Pedro Paulo Carvalho Teixeira foi acusado pela sua ex-mulher de Alexandra Carvalho Marcondes de agressão. Segundo o relato de sua ex-esposa, Pedro Paulo tinha dado socos e pontapés na sua ex-esposa na frente de sua filha.

Nas eleições de 2014, Flavio Bolsonaro participou de uma coligação eleitoral que ajudou a eleger Luiz Fernando Pezão para governador do Rio de Janeiro. Conforme o site IG, Pezão e Sergio Cabral arrecadou 30 milhões através de caixa dois feito pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto da Costa para campanha eleitoral de 2010. O dinheiro seria de empresas que atuavam na obra do Complexo Químico do Rio de Janeiro.

No último texto investigativo que escrevi sobre o Bolsonaro, citei o caso que o Pastor Everaldo, presidente do PSC – partido que Jair Bolsonaro faz parte -, pediu propina para o ex-presidente da câmara Eduardo Cunha. Também foi colocado que Marco Feliciano, em reportagem para BBC, disse que o ex-presidente da Câmara envolvido em inúmeros escândalos de corrupção era o seu malvado favorito.

Tal pai, tal filho

Conforme mostra o site ’’meu congresso nacional’’, Flavio Bolsonaro, assim como Jair Bolsonaro também recebeu dinheiro da JBS. Esta empresa está sendo investigada pela Operação Lava Jato e um dos donos da empresa tem ligação direta com um aliado do ex-deputado Eduardo Cunha. Além disso, a JBS é conhecida por ter 19 mil denúncias no Estado Grosso do Sul no Ministério Público do Trabalho.

Em 2015, relatamos também que a JBS demitiu ilegalmente a cipeira Andreia Pires, por fazer um abaixo assinado que exigia um dialogo com a empresa para discutir a cobrança da refeição diária fornecida pela empresa.

Flavio também recebeu dinheiro da LOCTEC Engenharia. Conforme cito no texto das empresas que financiaram a campanha de Jair Bolsonaro, esta empresa recebeu uma ação do promotor da justiça de Goias por atos de improbidade administrativa. Além da LOCTEC, Flavio Bolsonaro também recebeu dinheiro da Galvão Engenharia. A cúpula desta empresa, conforme já relatamos, foi condenada pela operação Lava Jato no final de 2015.

O deputado estadual carioca, filho de Jair Bolsonaro, também recebeu dinheiro da BTG Pactual. Conforme consta na reportagem da G1 em 2015, o banqueiro Andre Esteves foi preso por obstruir as investigações da Lava Jato e teve que renunciar o comando da empresa. Além disso, Flavio Bolsonaro também recebeu dinheiro da construtora Noberto Odebrecht, pertencente ao grupo Odebrecht, cujo dono fez delação premiada que envolve diversos políticos para a equipe da Lava Jato.

Além destas empresas, Flavio também recebeu dinheiro da OAS e Andrade Guiterrez. A cúpula da OAS foi condenada pela Lava Jato por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Leo Pinheiro foi preso por 16 anos e 4 meses de cadeia. Como havia colocado no segundo texto investigativo desta serie sobre o Bolsonaro, Guiterrez quando fez delação premiada mencionou propinas para as obras da Copa do Mundo, na Usina de Belo Monte e ferrovia Norte-Sul. Nesta delação foi citado o senador Edson Lobão e o ex-governador Sergio Cabral.

Assim como seu pai, Flavio Bolsonaro recebeu dinheiro da UTC, Bradesco, Gerdau e do Partido Progressista. O dono da UTC foi condenado a 8 anos e 2 meses de prisão pelos crimes de corrupção ativa e participação em organização criminosa por pagar propina em obras da Petrobrás. Conforme consta no site ’’meu congresso nacional’’, o Partido Progressista, pelo qual Flavio Bolsonaro se elegeu deputado estadual em 2014, arrecadou R$ 131,781,981.79 de empresas condenada e investigada pela Lava Jato.
Luiz Trabuco presidente do Bradesco e Andre Gerdau estão sendo investigados pela Operação Zelotes.

Esta parte da investigação prova que não é somente o Jair Bolsonaro que está envolvido com políticos e empresários corruptos, mas também seu filho, Flávio Bolsonaro. Chama a atenção que muitas das empresas que financiaram a candidatura de Jair Bolsonaro em 2014 também financiaram a candidatura do seu filho.

Isto só prova que o lema ’’Bolsonaro 2018’’ como saída para a crise política e econômica que o país está vivendo é uma proposta reacionária, que nem de longe atende as necessidades dos trabalhadores e da população pobre. Muito pelo contrário, Jair Bolsonaro e o seu filho Flavio Bolsonaro fazem parte deste regime podre que está a serviço dos grandes empresários e das negociatas dos políticos corruptos.

Fonte: Esquerda Diário