Uma guerra não declarada é travada diariamente no trânsito de Porto Velho…

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Exibindo acidente moto.jpgRETICÊNCIAS POLÍTICAS  –  Por Itamar Ferreira (*)

… que representa uma verdadeira carnificina, literalmente. Só em 2014 foram 74 vítimas fatais, sem falar nos feridos, invalidez parcial e permanente; com um altíssimo custo social e econômico, sobrecarregando os já precários recursos de saúde do poder público e com enorme impacto na previdência social. Uma verdadeira tragédia.

Porto Velho contava com uma frota de 246.571 veículos no final de 2015 contra 94.200 em dezembro de 2012, um fantástico aumento de 162%; ou seja, a frota triplicou em 13 anos. No mesmo período quantos quilômetros de ruas aumentarem? Quantos alargamentos de rua ocorreram? Poderia se responder que algo próximo de zero. A sinalização, principalmente semafórica, aumentou, mas está muito aquém das necessidades. Radares para combater o excesso de velocidade nas vias, também é zero.

O maior e mais grave problema reside nos acidentes com motocicletas. Segundo dados do DETRAN, somente nos anos de 2012 e 2013 aproximadamente 500 pessoas perderam a vida em acidentes de motos em todo Estado. Outro dado, é que no ano de 2013 houve 23.000 veículos envolvidos em acidentes de trânsito em Rondônia, destes 53% foram de motos. Para o órgão de trânsito, as duas principais causas seriam o aumento da frota e condutores inabilitados.

Sem dúvida a responsabilidade é de todos, no caso motoristas e motociclistas. Entretanto, o tamanho e agilidade das motos, aliadas ao grande número de veículos e engarrafamentos, tendem a induzir os condutores de motos a uma imprudência maior. Por esse motivo, as ações e medidas de prevenção devem ter como foco prioritário os usuários de motos.

Os dados disponíveis no site do DETRAN são de 2014, onde constam 74 vítimas fatais envolvendo condutores de veículos, passageiros, pedestres, motociclista, ciclistas e outros. Uma análise desses dados mostra que as vítimas dessa guerra, como em todas as guerras, são os mais frágeis: 58% são motociclistas, 12%% pedestres, 12%% ciclistas e 8% pedestres; ou seja, essas quatros categorias, que circulam mais desprotegidas, representam 90% de todos os acidentes fatais.

O custo social e o imenso prejuízo, inclusive para a seguridade pública, tornam necessário o envolvimento de toda sociedade para pacificar e civilizar mais o nosso trânsito. É uma guerra em que todos estão envolvidos, logo cada um faz parte do problema, mas, também da solução.

Com o objetivo de debater essa caótica, o vereador Da Silva do SINTTRAR propôs, e foi aprovada, a realização de uma audiência nesta quinta-feira (4), na Câmara de Vereadores da Capital, com autoridades municipais e estaduais; além da participação de entidades de classe. A iniciativa do vereador se insere no contexto do “Maio Amarelo”, uma campanha mundial da ONU visando a conscientização para prevenção de acidentes, nos moldes do Outubro Rosa e do Novembro Azul.

* Itamar Ferreira é bancário sindicalista, formado em administração e pós-graduado em metodologia do ensino, ex-secretário de trânsito da Capital e graduando em Direito FARO.