Travestis e transexuais sofrem mais preconceito no dia a dia

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Dentro do segmento LGBT, que abarca lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, é possível afirmar que o grupo mais vulnerável é o das pessoas travestis e transexuais, cuja identidade de gênero distinta do sexo biológico é pressuposto para as mais variadas formas de violência e preconceitos. A sociedade sequer os enxerga enquanto pessoas, considerando-os seres abjetos, desprovidos de dignidade e de direitos.

São invisíveis nas colações de grau, porque a grande maioria abandona as escolas, vítimas do bullying; são invisíveis em quase todos os empregos, já que a sociedade praticamente lhes impõe a prostituição como um emprego “natural”; são invisíveis também nas leis, diante da omissão do Congresso Nacional que se recusa a editar leis que lhes contemplem direitos.

Travestis e transexuais são pessoas que desafiam as convenções de performances de gênero e fogem dos padrões impostos pelo binarismo feminino/masculino nas maneiras de ser, de agir e de se comportar. São indivíduos que ultrapassam as fronteiras de gênero esperadas/construídas culturalmente para um e para outro sexo, na medida em que constroem a sua identidade de gênero em dissonância com o seu sexo biológico.

Existem travestis femininas e transmulheres, assim como existem travestis
masculinos e transhomens, a exemplo de João W. Nery, transexual masculino que dá nome ao Projeto de Lei de Identidade de Gênero apresentado no ano passado ao Congresso Nacional pelos Deputados Federais Jean Wyllys (PSOL/RJ) e Érika Kokay (PT/DF).