Suzy afirma que não quis “passar por inocente” e pede perdão

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Foto: Reprodução/Instagram

A advogada de defesa da trans Suzy de Oliveira – alçada a uma súbita notoriedade no país após ser personagem de uma matéria apresentada pelo médico Drauzio Varella no programa Fantástico, da TV Globo, no último dia 1º de março – divulgou ontem uma carta escrita a mão pela prisioneira na qual ela admite ter errado, “e muito”, e se mostra arrependida. O texto foi apresentado em um post no Instagram da defensora.

Na edição do programa, Suzy falou da solidão que sentia por não receber visitas da família há oito anos. O relato comoveu o médico, conhecido pelas atividades voluntárias há décadas em presídios do país, e Drauzio deu um abraço na personagem. As imagens geraram uma onda imensa de solidariedade a Suzy. A empatia, contudo, ruiu uma semana depois, quando foi revelado o crime pelo qual Rafael Tadeu de Oliveira dos Santos, nome de batismo de Suzy, responde: ela é acusada de ter estuprado e matado por estrangulamento o menino Fábio dos Santos Lemos, de 9 anos, em maio de 2010.

O fato de o crime da personagem não ter sido revelado na reportagem levou a uma imensa onda contrária, de ódio, que atingiu não só a responsável pelo crime como Drauzio Varella e a TV Globo – que recebeu ataques que partiram de internautas de todos os tipos, incluindo o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para quem a emissora “mentiu” (ou, no mínimo, escondeu o crime da personagem).

Na carta, Suzy sustenta, porém, que em nenhum momento das entrevistas ao Fantástico foi perguntada sobre o que aconteceu. “Eu Suzi Oliveira, ‘Rafael Tadeu’, venho dizer que nas entrevistas ao jornal Fantástico não me foi perguntado nada referente ao B.O. (Boletim de Ocorrência)”, escreveu a prisioneira no texto. E prosseguiu afirmando que em nenhum momento tentou “passar por inocente”.

Leia a carta na íntegra:

“Eu Suzi Oliveira, ‘Rafael Tadeu’, venho dizer que nas entrevistas ao jornal Fantástico não me foi perguntado nada referente ao B.O. (Boletim de Ocorrência).

Eu sei que eu errei e muito. Em nenhum momento tentei passar como inocente e desde aquele dia me arrependi verdadeiramente e hoje estou aqui pagando por tudo que eu cometi…

Errei sim e estou pagando cada dia – cada hora e cada minuto aqui neste lugar…

Antes não tive essa oportunidade, agora eu estou tendo apenas que pedir perdão pelo meu erro no passado…”

Fonte: Metrópoles