A nova gestão da CAERD acabou com a farra dos altos salários na companhia. Um simples agente de serviços da companhia, sem qualquer estudo, ganhava R$ 13.728,92 Segundo dados da empresa, divulgados em abril/2012. Esse era o salário teto para um agente de serviços da CAERD. O privilégio era ainda maior para os membros da diretoria e os seus mais de cem técnicos de nível superior, que alcançavam salários de R$ 27.457,93 até R$ 66 mil reais além de outros benefícios.
Para uma inflação de 76% (IPCA-IBGE) no período de 2002 a 2010, a CAERD concedeu aos seus funcionários 157,8% de aumento salarial, mais que o dobro do índice inflacionário, beneficiando essa verdadeira “Tropa de Elite”. Os dados de 2010 (da própria CAERD) revelamoutra aberração inexplicável: como uma empresa que arrecadou R$ 100,8 milhões em Rondônia, gastou R$ 145,5 milhões, gerando um prejuízo de R$ 44,7 milhões, quantia similar à que pagou a seus 541 funcionários: R$ 50 milhões, em 2010?
Essa “Tropa de Elite” da CAERD se valia da falta de transparência para garantir que a população não tenha acesso aos dados e valores salariais e pudesse, assim, questionar sua incompetente gestão. Uma prova disso é a não divulgação dos salários da CAERD, contrariando a exigência da Lei (nº 12.527) de Acesso à Informação (11/2011).
Está nas mãos da PF e do MP, auditoria interna realizada na Caerd, que apontou um rombo de milhões de reais e desvios de recurso que podem colocar na cadeia vários ex-presidentes da companhia. Tinha servidor ganhando R$ 26 mil quando era para ganhar R$ 8 mil. Outros privilegiados ganhavam R$ 66 mil reais por mês, quando o correto eram R$ 33 mil.
Esses privilegiados servidores que percebiam salários altosforam quase todos ex diretores da Caerd na época da Gestão Compartilhada. Eles tiveram progressões verticais, o que é proibido pela Constituição. Esse rombo aos cofres da Caerd gera prejuízo de milhões por mês. São mais de 120 pessoas na empresa recebendo salário indevido por causa de acertos políticos na época da Gestão Compartilhada, onde se tinha um ex-deputado estadual como presidente da Caerd e depois a sua esposa como presidente. Dentre os ex-presidentes constam Raimundo Marcelo Ferreira (02/01/2003 a 07/02/2004), Miguel Sena Filho (07/12/2004 a 31/03/2006), Rosinete Gomes Nepomuceno Sena (2006 a 13/12/2010) e Maria de Fátima Gomes.
Miguel Sena é ex-deputado estadual e atuou na Caerd no governo Ivo Cassol. Contra ele pesam várias denúncias de licitações fraudulentas e favorecimento a empresas ligadas ao grupo dele.