Servidor público vive agonia sem fim no sistema público de saúde rondoniense

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Servidor público estadual há 40 anos, Franciomar dos Santos Rocha, desde o dia 12 de janeiro, vive uma agonia sem fim no sistema público de saúde rondoniense. Ele trabalha no Hospital de Base como técnico de raio-x todo esse tempo.

Rocha desenvolveu um abcesso na perna esquerda, provocado por bactérias. Diabético, com 60 anos, sem plano de saúde, foi buscar tratamento no SUS.

Os relatos são de que de lá pra cá, foram cinco procedimentos de limpeza na perna. Depois de muitas dores, noites sem dormir e quando começava a se recuperar, recebeu a ótima notícia, na tarde da última sexta-feira (29), que iria para o hospital Santa Marcelina, com estrutura e atendimento melhores.

Para surpresa dele, e de seu filho, o jornalista Felipe Corona, que o acompanha no hospital aos finais de semana, um dos médicos da instituição, domingo, 31, apenas dois dias depois de estar no Santa Marcelina, falou que ele seria transferido novamente, agora para o Hospital de Base. Isso aconteceu após ele olhar uma foto no celular da lesão de Felipe, feita na sexta, na hora do curativo. Seria a segunda mudança em pouco mais de 48 horas.

Em mensagem, o senhor Franciomar desabafou: não entendo esse jogo de empurra-empurra. Fiquei 17 dias sofrendo no João Paulo. Quando comecei a melhorar, me mandaram pra cá. Aí forcei demais o corpo no transporte de ambulância, voltaram as fortes dores. Mas agora, estou melhor.

E ele segue: – Eu entendo que no João Paulo é um tratamento mais agressivo e aqui no Santa Marcelina seria mais clínico. O médico diz que a transferência pode ser amanhã (hoje, segunda, 01) como pode ser daqui uma semana. Eles disseram que, caso eu precise de uma nova limpeza, o centro cirúrgico do Santa Marcelina só atende pessoas jovens sem comorbidades. Eu já estou andando um pouco. Penso que seria um exagero o sexto procedimento cirúrgico!

E finaliza: – Quero deixar claro que a culpa não é do Santa Marcelina, mas da falta de planejamento do Governo do Estado e da Secretaria de Saúde. Se sabiam que o centro cirúrgico do Santa Marcelina não era adequado, por quê me mandaram pra cá? Estou agoniado. Hoje (domingo, 31), uma conhecida do meu filho mais novo que tinha leucemia, foi até o HB fazer o tratamento dela. Tinha 16 anos anos de idade, pegou o vírus e morreu! Ser diabético é uma sentença de morte com a Covid!

Fonte: Mais RO