Sem oposição, governador joga parado e brinca de Maquiavel

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Por Elizeu Lira

Exercer a nobre função de oposição parece ser uma heresia no mundo político de Rondônia. Senão, vejamos. O atual senador e ex-governador Confúcio Moura (MDB), que passou quase oito anos no cargo e o deixou com mais de 80% de aprovação popular não conseguiu construir um grupo que defendesse o seu governo e que servisse de contraponto ao governo que o sucedeu, de modo a manter ativa a possibilidade de seu retorno. Note-se que o governador eleito foi secretário de Moura numa das pastas mais sensíveis do governo e, ao ganhar, ficou indiferente àqueles que foram seus colegas na administração e à lógica administrativa estabelecida pelo atual senador. Continuemos.

Alguns dos atuais parlamentares da Assembleia Legislativa e da Câmara Federal surfaram na onda positiva do governo de Moura para se elegerem, o que é legitimo, uma vez que ajudaram Confúcio a governar. Foi assim com Ezequiel Neiva (presidiu o DER), Edson Martins (controlava inúmeros cargos e era beneficiado por Emendas), Chiquinho da EMATER (presidiu a entidade da qual “emprestou” o nome) e os emedebistas Jean Oliveira, Lebrão e o deputado federal e atual presidente do MDB no estado, Lúcio Mosquini que, por óbvio, usufruíram da prerrogativa de serem correligionários do então governador.

Pois bem. Ao não conseguir reunir o seu grupo em torno do projeto de eventual retorno ao poder Executivo, Moura agora não consegue tribuna para se contrapor ao seu ex-secretário e atual governador Marcos Rocha, uma vez que este conseguiu a adesão de toda a Assembleia Legislativa, inclusive dos nomes citados acima, numa lógica próxima à sugerida por Maquiavel; sem oposição o governador reina e os súditos, digo, população fica sem reação.

Os resultados disso são alguns questionamentos, que faço a seguir, com humildade. Se o governador conseguiu manietar a ALE/RO, transita como o único candidato abertamente declarado ao governo do estado e, parece, concentrou toda a agenda de realizações do seu governo no período pré-eleitoral, ele conseguiu a dianteira suficiente para se tornar competitivo?

O tempo – e as teses de Maquiavel – dirão!