A saúde em Guajará-Mirim está na UTI. Governo do Estado e Município deixam a população ao Deus dará. Ontem, os servidores municipais da área da saúde se reuniram e deram início a uma paralisação parcial das atividades. Cerca de 40 profissionais de diversos setores se reuniram em frente ao Hospital Regional Perpétuo Socorro, no Bairro Centro, para discutir as principais reivindicações da categoria.
Obras do Estado paradas
Há tempos que é possível constatar a irritação popular com os atrasos de obras de construção e projetos de governos que, levados a cabo através de discursos políticos festivos, tiveram início, mas que hoje encontram-se ao abandono.
Baixado às águas em novembro de 2015, o barco-hospital, projeto do Governo do Estado que consumiu quase R$ 3, 5 milhões, (três milhões e quinhentos mil reais) dos cofres públicos, até hoje não realizou a tão aguardada viagem inaugural. A construção deste complexo médico fluvial objetivava atender as populações ribeirinhas e indígenas de Brasil e Bolívia e também às cidades que margeiam os rios Mamoré e Guaporé.
Em visita às instalações desta construção náutica, a reportagem pôde apurar que a corrosão do tempo já começa a castigar a estrutura. A pintura, antes vistosa, decompõe-se aos poucos e a ferrugem inicia seu processo de desgaste na parte externa do casco metálico. Em seu interior, algumas lâmpadas estão queimadas e as janelas de vidro de um dos camarotes e de toda a fachada da cabine de pilotagem quebraram-se em virtude da última ventania.
Tirando estes acidentes de percurso, o barco-hospital está habilitado para realizar sua primeira viagem. Está faltando apenas guarnecer seus gabinetes de atendimento com a mobília hospitalar -que segundo fontes confiáveis, encontra-se guardada na Usina de Energia Jirau á espera apenas de ordem do governo para a instalação – médicos, equipes de enfermagem, aparelhos clínicos, remédios e, lógico, tripulação.
HOSPITAL DO GOVERNO
Com início de suas obras em março de 2013, o complexo médico situado no bairro de Fátima, que o Governo do Estado em pomposa falácia eleitoral anunciou entregar no prazo limite de 365 dias, após três anos da jogada para a plateia, continua na promessa.
Dos 120 operários que iniciaram a mega-construção, hoje somente doze trabalham no monstrengo. Previsão exata para a entrega do hospital não existe. Segundo informes, para se concluir a obra, está faltando aditivos recursais da ordem de oito milhões de Reais. Ainda pelo que se conseguiu apurar, se estes recursos caírem no prazo de 180 dias, em até doze meses, a empresa responsável pela construção garante entregar o Hospital em plenas condições funcionais à população. Mas caso contrário, em seis meses, a Construtora paralisa suas operações e serviços.
É preciso que se esclareça que toda obra, construção ou reforma pública, absorve dinheiro da população. Para o efetivo controle das obras públicas, há que exigir o máximo de rigor nas suas distintas etapas: elaboração do projeto, contratação da empresa, execução e conclusão. Não é honesto o governo que permite que ocorra o que ocorre com estes projetos que hoje encontram-se parados ou ao abandono.
AUTOR: FÁBIO MARQUES
COLUNISTA PORTAL GUAJARÁ
E com informações do G1