A Polícia Civil de Pernambuco deflagrou, nesta quarta-feira (4), a Operação Integration, mirando uma organização suspeita de envolvimento em jogos ilegais e lavagem de dinheiro. Um dos alvos foi a advogada e influenciadora Deolane Bezerra, de 36 anos.
A 12ª Vara Criminal da Comarca do Recife expediu 19 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão para cumprimento em Pernambuco, Minas Gerais, Paraíba, São Paulo, Paraná e Goiás.
“Era um esquema ligado a jogos de azar, tanto jogos legais como jogos ilegais, e para que esse dinheiro pudesse circular no mundo financeiro, eles faziam a lavagem de capitais, e é exatamente em cima dessa lavagem que a gente está atuando hoje, buscando entender melhor como essa organização criminosa fazia o recolhimento desse dinheiro a ocultação e depois a integração de forma tida como legal”, explicou o chefe da Polícia Civil pernambucana, Renato Rocha, em coletiva de imprensa.
Deolane Bezerra presa
Nascida em Vitória de Santo Antão, ela mora em São Paulo, mas estava em Pernambuco com a família e foi presa em um apartamento de luxo na Avenida Boa Viagem, no bairro de mesmo nome, na Zona Sul do Recife.
A mãe de Deolane, Solange Alves, também foi presa na operação, segundo a irmã da influencer, Dayanne Bezerra.
Poucas horas após a prisão, uma carta aberta foi publicada no perfil da advogada no Instagram. No texto, ela alega que está sofrendo uma “grande injustiça” e que vai provar sua inocência.
Na tarde desta quarta, Deolane passou por exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro, Centro do Recife, e foi levada para a Colônia Penal Feminina do Recife, na Iputinga, Zona Oeste da capital.
Quem é Deolane
Com mais de 20 milhões de seguidores no Instagram, Deolane costumava mostrar sua rotina de luxo com carros das marcas Ferrari, Lamborghini e Rolls Royce.
Deolane ganhou fama em 2019 após o seu relacionamento com o cantor de funk MC Kevin, que morreu de forma trágica em maio de 2021. Em 2022, ela participou do reality show A Fazenda 14.
Outros alvos
Em coletiva de imprensa, a Polícia Civil de Pernambuco não citou os alvos da operação e informou que há um foragido. No entanto, em um documento do processo ao qual o Diario teve acesso, consta também como investigado o CEO da plataforma de apostas Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho.
O nome de Darwin aparece em transações em espécie que acumulam valor de cerca de R$ 1 milhão.
O processo mostra 11 depósitos em espécie feitos pelo CEO da casa de apostas com valores que variam entre R$ 50 mil e R$ 106 mil.
Ainda de acordo com dados do documento, ele atua como vendedor de comércio varejista e atacadista. Darwin declarou uma renda mensal de R$ 10 mil e patrimônio de R$ 500 mil.
Segundo a investigação, o CEO da casa de apostas é suspeito de fazer depósitos em espécie de forma fracionada que podem indicar a intenção de ocultar o real portador, origem dos recursos e/ou dissimular o valor real da movimentação.
Em nota, a Esportes da Sorte afirmou que estava sem acesso aos autos do inquérito,mas “de portas abertas para apresentar documentos, esclarecer dúvidas e prestar apoio irrestrito a qualquer ação investigatória”.
Leia a íntegra
O Esportes da Sorte ratifica seu compromisso com a verdade, com o jogo responsável e, principalmente, com o cumprimento de todos os seus deveres legais. A nossa casa está de portas abertas para apresentar documentos, esclarecer dúvidas e prestar apoio irrestrito a qualquer ação investigatória. Atuamos sempre com muita transparência e lamentamos o fato de, no momento, estarmos às escuras, sem acesso aos autos do inquérito e aos motivos da ação policial. Seguimos à disposição para todo tipo de esclarecimento que seja necessário para elucidar qualquer controvérsia.
Apreensões
O chefe da Polícia Civil de Pernambuco afirmou que o volume de valores apreendidos na ação supera “dezenas de milhões”.
Foram apreendidos carros de luxo, imóveis, aeronaves, embarcações, joias, diversas bolsas de marcas como Hermès, Chanel e Louis Vuitton e 11 relógios Rolex.
Também foram determinadas medidas bloqueio judicial de recursos ativos de cerca de R$ 2,2 bilhões, entrega de passaporte, suspensão de porte de arma de fogo e cancelamento do registro de arma de fogo.
Com informações do Diário de Pernambuco