O repórter freelancer italiano Claudio Locatelli foi preso em Belarus enquanto fazia a cobertura dos protestos contra a reeleição do ditador Aleksandr Lukashenko.
O profissional foi libertado e agora está na embaixada da Itália em Minsk, informou o Ministério das Relações Exteriores nesta quarta-feira (12), de acordo com a agência ANSA.
Em um vídeo publicado pela embaixada local, Locatelli informa que foi “brutalmente preso” pela polícia militar e que depois de três dias sem comida e com pouca água, está bem.
O jornalista ainda agradeceu aos diplomatas, dizendo que “a Itália fez um grande trabalho” para liberá-lo do cárcere.
O profissional informa que dará “mais detalhes” sobre toda a ação quando voltar para a Itália.
Locatelli é mais um repórter estrangeiro preso pela ditadura de Belarus após a vitória de Lukashenko para seu sexto mandato consecutivo.
Também nesta quarta-feira, o site russo Meduza informou que um de seus repórteres, que estava desaparecido desde o domingo (9), foi localizado e libertado de um presídio da capital.
O clima tenso e as desconfianças sobre o processo eleitoral geraram amplas críticas internacionais (menos na Rússia e na China).
A União Europeia informou nesta terça-feira (11) que o pleito “não foi livre nem justo” e ameaçou impor sanções contra políticos e os responsáveis pela violência nos protestos.
A principal candidata de oposição ao ditador Lukashenko, Svetlana Tikhanovskaya, fugiu para a Lituânia após a derrota. Segundo agências internacionais, ela teme por sua vida e de sua família.
Seu marido, Sergey Tikhanovsky, foi preso por expressar suas opiniões nas redes sociais.
Lukashenko é considerado “o último ditador da Europa” e, segundo dados da Comissão Central Eleitoral, teve mais de 80% dos votos.
No entanto, desde o anúncio do resultado, diversas cidades do país registram protestos contra o governo por denunciarem fraudes na disputa. Milhares de pessoas já foram presas desde o domingo.
Com informações da ANSA