Repercussão: analistas, jornalistas e políticos falam sobre a não renúncia de Confúcio Moura

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PORTO VELHO-Diante da inusitada desistência de Confúcio Moura, de disputar o Senado Federal, o quadro político mudou mais uma vez. De onze pré-candidatos ao Senado, agora são apenas dez a disputar as duas vagas de senador da República. O prefeito de Ji-paraná, Jesualdo Pires (PSB) ganha status de “primeiro voto”.

Para o governo não muda nada. Tudo continua como antes. O governador segue sua rotina administrando o Estado. Segundo o Chefe da Casa Civil, Emerson Castro (MDB) não houve ruptura das instituições, não há rompimento com o vice-governador. Na avaliação de Castro a decisão de Confúcio foi de foro íntimo. “Ele não queria ser candidato”, relembra.

Até o presente momento o governador Confúcio Moura não se manifestou sobre os fatos. Para Emerson Castro, por enquanto, “é só especulação”. Da mesma forma, o vice-governador Daniel Pereira disse que a agenda política de março continua a mesma e que o PSB está unido.

Jesualdo Pires

O prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires disse que a situação não muda nada, por enquanto. “Nosso compromisso sempre foi com Acir Gurgacz, mas, se houver um entendimento com o PDT ele poderá ser nosso candidato ao governo”, disse Jesualdo. Segundo o prefeito de Ji-Paraná, Daniel hoje é o nome mais trabalhado para o cargo ao governo dentro do PSB. “Daniel sempre foi Leal e coerente nos seus discursos. Só seria candidato num consenso com o PDT. Dependeríamos de uma grande coalização principalmente com o PDT”, disse.  Jesualdo Pires, porém, não acredita que Confúcio Moura tenha desistido de fato do Senado. “Vamos aguardar”, ponderou.

Cleiton Roque

“Ainda é cedo. Até ontem não tínhamos certeza de candidatura própria. E agora da mesma forma. Estamos tranquilo”, Cleiton Roque, deputado estadual.

Bosco da Federal

Para o pré-candidato ao Senado, Bosco da Federal (Podemos), a desistência de Confúcio Moura esquenta a disputa. “Seria excelente se o Daniel viesse com o Héverton para o Podemos como vice ou deputado federal”, disse.

Fátima Cleide

A pré-candidata ao Senado pelo PT, Fátima Cleide, não acredita que seja verdade. “Não creio que seja verdade. Até o dia 7/4 às 24h muita água passará embaixo da ponte do Madeira. É longo o mês de março”, disse Fátima. “Eu estou organizando a minha participação no processo eleitoral. Creio que o governador deva estar fazendo a mesma coisa (aliás há muitos anos). Creio que ele deve ter muitas questões partidárias a serem resolvidas antes de sua desincompatibilização”, disse Fátima Cleide.

Roberto Kuppê

Para o jornalista, articulista político e pré-candidato a deputado federal pelo PT, Roberto Kuppê (RK), a notícia da desistência de Confúcio Moura  teve o impacto de uma bomba atômica. “Confúcio Moura seria eleito senador com facilidade. Não entendi até agora a atitude dele”, disse. Para RK, Confúcio Moura vai voltar atrás e disputará o Senado. “Aliás, ele nem se pronunciou sobre o assunto ainda. É tudo especulação”, concluiu.

Samuel Costa

Já para o articulista e professor Samuel Costa, “Confúcio é um político inteligente. Ao nosso ver conseguiu tirar o foco da situação. Acredito que ele está blefando sobre sua desistência de disputar o Senado Federal, pois tem em tese uma vaga garantida nas eleições de 2018. Mesmo que Moura continue no cargo de governador, Daniel Pereira ainda continuaria a ter uma ligeira vantagem sobre os demais candidatos ao governo do Estado de Rondônia. Conseguiu agregar valores, além de conhecer a máquina e ter uma oratória e discurso diferenciado”.

Francisco Matias

Francisco Matias, historiador e especialista em pesquisas eleitorais,  avaliou  que, se for confirmada a decisão dele de ficar no governo a eleição tomará rumos inesperados. “Primeiro para senador, pois o Raupp vai perder a derrama do segundo voto, depois para governador, pois o vice Daniel Pereira perderá o palanque confunciano. Perderá o PMDB, cujo candidato a governador, Maurão de Carvalho, nunca foi o candidato do Confúcio. Por fim perderá o próprio Confúcio que estará fragilizado no final do seu governo”.

João Paulo Viana

“Confúcio Moura (MDB) é um dos mais bem avaliados governadores brasileiros e a maior liderança política rondoniense na atualidade. Sua alta popularidade é um reflexo direto de sua administração. Assim, constitui-se como o principal ator da eleição estadual de 2018 e é favorito a uma das vagas em disputa ao Senado, seja no MDB, ou em outro partido, já que muitos vem cogitando uma possível mudança de sigla para o PSB ou PDT. O próprio Daniel Pereira (PSB), atual vice-governador, caso assuma em abril e se candidate à reeleição, precisará muito do apoio de Confúcio. Nesse contexto, particularmente observo que seria um erro de sua parte não participar do processo eleitoral, ficando os próximos anos sem mandato”. João Paulo Viana, cientista político e professor da UNIR.

Fonte: Mais RO