Solidarité Brésil (Solidariedade Brasil, em português) é o nome da iniciativa, lançada nesta sexta-feira (18) em Paris, no Instituto de Altos Estudos da América Latina (IHEAL), com a presença de personalidades como o filósofo, professor da USP e colunista do jornal Folha de S. Paulo Vladimir Safatle, e o cientista político Luiz Felipe Alencastro. O evento, mediado pelas historiadoras francesas Maud Chirio e Anaïs Fléchet, foi organizado pela Associação pela Pesquisa sobre o Brasil na Europa (Arbre), criada há 12 anos para repercutir e discutir o Brasil na capital francesa.
Plateia lotada e muitas pessoas sentadas no chão. O anfiteatro do Instituto de Altos Estudos da América Latina (IHEAL) esteve repleto de estudantes, professores, jornalistas e intelectuais dos dois lados do Atlântico nesta sexta-feira (18) em Paris, para o lançamento de uma rede internacional que visa ajudar brasileiros, estudantes e profissionais que se sintam ameaçados por decisões ou atos do governo brasileiro.
Entre o público-alvo dos pesquisadores, professores e brasilianistas presentes, estudantes que podem perder bolsas de estudo por “critérios ideológicos” (como anunciado em nota na imprensa brasileira), membros da comunidade LGBT, pesquisadores e ativistas quilombolas, do movimento negro, jornalistas, feministas, entre outros. Muito aplaudido, o filósofo brasileiro Vladimir Safatle lembrou do revisionismo do governo Bolsonaro, que “neste momento mesmo, tira dos livros de História a expressão ‘ditadura’ e substitui por ‘movimento’ militar”.
“Acabou, foi uma ruptura e é hora de viver o luto desta Nova República. Somos o único grande país da América Latina que elegeu através do voto direto um governo militarista de extrema direita. Isso é inédito no continente. (…) Tudo o que vier [no Brasil] a partir de agora não terá conexão com o que quer que seja que tenhamos vivido no passado. Mas não podemos deixar que acabem com a imaginação política do Brasil”, disse Safatle.
Rede de solidariedade