Reconstituição da morte de Rosilene dura 3h e PF aposentado entra em contradição

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A reconstituição do caso Rosilene Chaves de Oliveira, a técnica de enfermagem achada nua e morta na casa de um PF aposentado, teve duração de três horas na avenida Calama em Porto Velho. A simulação foi feita na noite de quarta-feira (18) no imóvel de Raimundo Teles Aguiar, que era ex-marido da vítima.

Agentes da Delegacia de Homicídios, peritos e uma equipe da PF acompanharam a reconstituição. A Polícia Civil tenta saber se Rosilene teve morte natural ou foi assassinada pelo ex-companheiro.

Durante a reprodução simulada na casa, o PF aposentado Raimundo Teles demonstrou e narrou o que teria ocorrido na noite em que Rosilene foi achada morta.

Porém, em certo momento, o homem entrou em contradição em relação ao primeiro depoimento dado na Central de Polícia e o segundo depoimento, já na delegacia de Homicídios.

Caso Rosilene: reconstituição do crime em Porto Velho — Foto: Ana Kézia Gomes/G1

A delegada do caso, Leisaloma Carvalho, disse que ainda não pode detalhar o ponto em que o suspeito entrou em contradição (para não atrapalhar o andamento da investigação).

A Delegacia de Homicídios está aguardando o resultado de outros exames, como o toxicológico, que deve sair em, no máximo, 15 dias.

A polícia também está analisando os celulares do PF e da vítima, além de imagens de câmera de segurança da região.

A morte de Rosilene ainda tem muitas perguntas sem respostas. Testemunhas contaram à polícia que viram o policial Raimundo Teles Aguiar debruçado sobre o corpo da ex-esposa e dando socos na região do tórax dela.

No depoimento que prestou na Central de Polícia, Raimundo afirmou ter feito o procedimento [socos] na tentativa de fazer massagem cardíaca, pois a vítima teria desmaiado durante um ato sexual entre eles.

Corpo na varanda

Rosilene foi achada morta no dia 4 de agosto na varanda da casa do suspeito, na avenida Calama, bairro Aponiã. A vítima estava nua e o suspeito, que é ex-marido da vítima, foi visto debruçado sobre a o corpo dela e dando socos na região do tórax.

Um laudo inicial do Instituto Médico Legal (IML) apontou como inconclusiva a causa da morte. Novos exames serão feitos.

O ex-marido de Rosilene chegou a ser preso no dia que o corpo dela foi achado, mas Raimundo foi liberado horas depois. Novos exames serão feitos pelo IML para tentar identificar a causa da morte da vítima.

Medida protetiva

A técnica de enfermagem tinha medida protetiva em vigor contra o ex-marido. Segundo informações do 1º Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, a medida protetiva foi concedida à vítima no dia 20 de junho de 2020, durante plantão judicial.

Três dias depois, a Justiça também determinou a suspensão do porte de arma de fogo do suspeito.

Rosilene e o policial federal ficaram juntos por cerca de 25 anos. Há cerca de um ano eles se separaram, no entanto, amigos afirmam que o suspeito sempre ligava para Rosilene.

Vizinhos relataram à Polícia Militar (PM) que quando o casal estava junto havia briga com frequência.

Fonte: G1