R$ 1 milhão de doação por Rodinei, enquanto a saúde precisa de ajuda 

0
146

Gigante da agroindústria doa 1 milhão de reais para que Rodinei possa enfrentar o Flamengo, uma multa contratual exigida pelo rubro negro para que o Internacional não o colocasse para jogar contra. Em meio a pandemia, sem divulgações de doações para benefícios da saúde por parte do mesmo empresário, confira a opinião do Dr. Fabiano de Abreu, diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito.

“Um gigante da agroindústria doou R$ 1 milhão para que Rodinei possa enfrentar o Flamengo. Quando li os artigos logo pensei em quanto invisto no meu Centro de Pesquisas para tentar ajudar na saúde pública. Na dificuldade que temos em conseguir fazer os estudos, pesquisas e, que eles sejam vistos para que possam ser utilizados em prol do bem estar de todos, da saúde. Há custos para as pesquisas, inclusive em registros que são cobrados por seus devidos órgãos e custo de pesquisadores além de tempo. 

Pensei também em milhões de brasileiros que esperam pela manutenção de um auxílio emergencial de seiscentos e poucos reais. E para finalizar o pensamento, pensei no Rodinei, em quantas vezes esquentou o banco de reservas e foi vaiado pela torcida do Flamengo. Seria então tal atitude em querê-lo em campo, uma vaidade? Triste realidade brasileira.” 

Quem é o mecenas

Elusmar Maggi Scheffer se tornou uma celebridade no mundo esportivo ao doar R$ 1 milhão para o Internacional, nesta sexta-feira. A quantia equivale ao valor da multa que o Colorado precisa pagar ao Flamengo para escalar Rodinei na ‘final’ do Brasileiro, neste domingo, no Maracanã, e o fez entrar entre os assuntos mais comentados das redes sociais. Mas afinal, quem é o ‘mecenas colorado’?

O sobrenome Maggi Scheffer ajuda a entender de onde vem a quantia milionária. O empresário rural é um dos sócios do ‘Grupo Bom Futuro’ e acionista da ‘Scheffer Agrobusiness’, um dos maiores conglomerados da agropecuária do mundo.

De nome forte em Mato Grosso, a família Maggi foi eleita a sétima mais rica do Brasil em lista da revista Forbes, em 2014 — com fortuna estimada em US$ 4,9 bilhões à época. Ao todo, são cinco parentes, quatro deles bilionários graças a uma das maiores produções de soja do mundo: Lucia Borges Maggi, Blairo Borges Maggi, Marli Maggi Pissollo, Itamar Locks e Hugo de Carvalho Ribeiro.

Maggi também é primo do ex-governador e ex-senador Blairo Maggi, que foi ministro da Agricultura durante o governo de Michel Temer. Entre as principais ações do ‘Grupo Bom Futuro’ ligado ao esporte, está um terro que foi cedido à Prefeitura de Cuiabá para construção de um autódromo internacional.

Segundo o jornalista Lucas Collar, setorista do Internacional, o mecenas também prometeu um bicho extra grande para o grupo de jogadores e comissão técnica pelo título do Brasileiro.

Em 2019, Elusmar esteve no Beira-Rio para entregar o troféu de melhor da partida ao uruguaio Nico López. Em uma postagem no Twitter, o Internacional agradeceu a doação do produtor rural.

“O Internacional informa que recebeu nesta sexta (19/2) a doação de R$ 1 milhão de Elusmar Maggi Scheffer. O torcedor colorado, morador de Cuiabá-MT, assinou o termo que repassa o valor ao Clube sem qualquer tipo de contrapartida. Nosso mais sincero agradecimento!”, diz o clube, cujas finanças eram uma preocupação até então para proporcionar a escalação de Rodinei, que pode ser decisiva.

 

 

Internautas não perderam tempo em repercutir o assunto com milhares de comentários, alguns inclusive desejando também serem milionários para ajudarem seus próprios times, enquanto outros criticam o uso de tanto dinheiro em tal manobra. Já os torcedores do Internacional celebraram a novidade. Um deles até mesmo lembrou que o agropecuarista Elusmar é “pé quente”.

“A última vez em que Elusmar contribuiu publicamente com o Internacional foi após as oitavas de final da Libertadores de 2019, entregando um prêmio de melhor em campo a Nico López. Ele é pé quente”, disse o perfil @notavel no Twitter.

 

 

Fontes: Extra e Press MF