Que o anúncio de Hildon Chaves sirva de exemplo. E deixem Marcos Rocha isolado com a vassalagem

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RESENHA POLÍTICA – POR: ROBSON OLIVEIRA (*)

É uma excelente notícia o anúncio feito pelo prefeito da capital Hildon Chaves, nesta manhã de sexta-feira, de aquisição de 400 mil doses da vacina AstraZeneca (inglesa) para imunizar a população portovelhense. Foi uma ação política e sanitária de Hildon Chaves fantástica, visto que o vassalo estadual permanece isolado aguardando que as vacinas caiam do céu.

VASSALAGEM

A depender de uma ação concreta do governador Marcos Rocha para imunizar todos os rondonienses, chegaremos ao final do ano com uma paralisia nas funerárias por falta de caixões para enterrar o número altíssimo de conterrâneos contaminados e com milhares de vidas ceifadas. Que o anúncio do prefeito Hildon Chaves sirva de exemplo a ser seguido para os demais prefeitos para que não sejam omissos com o caos no nosso sistema sanitário. E deixem Marcos Rocha isolado com a sua vassalagem política.  

REUNIÃO

No mesmo momento em que o prefeito da capital dava a boa notícia das vacinas, na Assembleia Legislativa representantes de outros poderes e instituições estavam reunidos para debater o problema da pandemia sem resultado prático. Pior que sequer tiveram a delicadeza de convidar autoridades do município de Porto Velho para debater o colapso da saúde estadual. Em contato com a coluna o prefeito minimizou a descortesia e informou ironizando que mesmo convidado não poderia participar porque estava ocupado adquirindo vacinas para salvar as vidas dos portovelhenses.

REAÇÃO 

Quando achamos que não há mais a quem apelar para que o Governo de Rondônia adote medidas efetivas com base em dados técnicos para conter o caos na saúde que tem ceifado vidas rondonienses, eis que o Ministério Público ingressou na justiça estadual, quarta-feira passada (10), com uma Ação Civil Pública para que nossas autoridades sejam firmes no controle epidemiológico da Covid-19. A reação do MP chega em hora importante, pois exige que o governador Marcos Rocha revogue o Decreto Estadual 28.859, que afrouxou as regras de isolamento social contra a pandemia e que suspendeu o Decreto 25.853, assinado na semana passada determinando medidas mais rígidas. Nem tudo está perdido, embora a medida seja urgente, cabe à justiça agora corrigir o erro do governador obrigando-o a adotar medidas sanitárias mais adequadas à pandemia. 

 

FRACO 

É perceptível que o governador é mal assessorado e recua em suas ordens toda vez que há algum tipo de pressão. Um decreto revogando o outro que adotava medidas ajustadas à pandemia, revela um governo fraco, perdido e sem rumo.  

 

SUBMISSÃO 

Para piorar a situação, o governador de Rondônia Marcos Rocha e o governador de Roraima, Antônio Denarium, foram os únicos governadores que não assinaram o pacto pela vida e pela saúde exigindo e apontando ações concretas que sejam eficazes no combate ao vírus. Um governante responsável e de bom senso assinaria o pacto que preconiza, entre outras propostas, que o “coronavírus é hoje o maior adversário de nossa nação. Precisamos evitar o total colapso dos sistemas hospitalares em todo o Brasil e melhorar o combate à pandemia. Só assim nossa Pátria poderá encontrar um caminho de crescimento e de geração de empregos”. Contudo, mesmo sendo um pacto pela vida, Rocha optou em não assinar o documento para não desagradar as autoridades federais que insistem no negacionismo do caos.   

 

MESQUINHARIA 

A falta de empatia do governador de Rondônia revela a fraqueza de um governante que não compreende que os interesses rondonienses deveriam estar acima dos compromissos mesquinhos da política, especialmente quando vidas são ceifadas em razão desta incompreensão. É um “líder” fraco, míope e submisso.

 

DEVER DE CASA 

A Superintendência de Turismo do Estado (uma sinecura sem muita utilidade prática) informou com pompas e suposto ineditismo que Rondônia pode entrar no circuito dos melhores destinos de turismo do país em razão da aprovação do Plano Estadual de Turismo, destinado a planejar as ações da área. O plano em si, como ocorre em outros setores, é obrigação dos gestores que pretendem justificar as próprias ações administrativas, muito embora para explorar a área a realidade seja bem diversa da apresentada. Como a SETUR pretende planejar as ações sem que o estado faça o mínimo do dever de casa como rodovias e aeroportos capazes de receber bem o investidor e o turista?   

 

LOROTA 

Para atrair o turista de forma relevante para economia local é preciso antes de tudo estruturar todos os setores da administração pública afetos à questão e, portanto, aumentar a quantidades de voos. Nem o setor da saúde o executivo estadual conseguiu estruturar para oferecer aos rondonienses um atendimento digno, imagine para atender turistas. Ademais, nos locais atrativos para o turista, a exemplo dos rios, o peixe é cada vez mais raro. Sem falar do aumento de casos de malária, uma doença endêmica que vinha sendo controlada em patamares bem abaixo dos atuais percentuais. Turismo é um setor que produz riquezas e cria empregos, embora para que deslanche é preciso muito profissionalismo e pouca lorota. Rondônia é pobre em material humano para incrementar o turismo e rico em lorota de embusteiro para enganar os incautos.  

 

SEAS 

A Secretaria de Estado e Assistência Social (SEAS) foi denunciada à justiça por insistir em contratar seus servidores sem concurso público de provas e títulos. São mais de trinta cargos comissionados contratados para tocar a estrutura administrativa sem que todos tenham aptidão para as funções para as quais foram contratados. Segundo uma fonte da coluna, enquanto as unidades de saúde públicas do estado estão necessitando de mais profissionais da saúde, na SEAS estão sobrando. O curioso é que o governador não pode alegar desconhecimento do problema uma vez que a primeira dama, Luana Rocha, é a titular da pasta.  

PAPA DEFUNTO
A continuar com a inércia política em razão da carência de competência para lidar com a pandemia muitas autoridades de Rondônia vão entrar para a história com a pecha de “Papa defunto”. Ou embalsamador.
(*) Jornalista e Advogado