PROVOCAÇÃO: Consórcio SIM apresenta proposta de reajuste zero que poderá causar greve nos ônibus

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Trabalhadores do transporte coletivo de Porto Velho ficaram indignados com que consideraram uma desrespeitosa provocação com a categoria, que foi a proposta de reajuste zero, após três anos de congelamento salarial, apresentado pelo Consórcio SIM. Fazem parte ainda da proposta patronal, considerada irrisória: a inclusão do banco de horas no acordo, retirada do ticket alimentação, alteração da cesta básica com gêneros alimentícios por cartão alimentação de R$ 150,00; sendo que as demais cláusulas do acordo seriam discutidas em uma nova negociação.

O Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Coletivo (SITETURPERON) questiona o fato do Consórcio SIM ter sido agraciado com um generoso aumento nas passagens, de mais 15%, apenas cinco meses após ter assumido o sistema de transporte coletivo da Capital; sendo que a inflação acumulada naquele período foi de apenas 4,6%, pelo INPC do IBGE. Na época o Consórcio SIM se recusou a dar qualquer reajuste à categoria, alegando a situação do contrato de concessão ser emergencial.

Levantamento realizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) derrubam a alegação do Consórcio SIM de “contrato emergencial”; pois é comum que esse tipo de contrato seja renovado várias vezes, indefinidamente. Um exemplo citado pela CUT é o da Capital de São Paulo, onde desde 2013 os contratos emergenciais vêm sendo sucessivamente renovados; portanto, há mais de quatro anos. Na Capital paulista a categoria do transporte coletivo tem conquistado reajustes salariais todos os anos, inclusive acima da inflação. A CUT considera inaceitável a desculpa apresentada pelos patrões do Consórcio SIM.

A categoria do transporte coletivo da Capital, que está sem reajuste desde 2014, reivindica: reajuste salarial de 19%; ticket alimentação no valor de R$ 330,00; aumento do vale-refeição de R$ 10,00 para R$ 12,00; plano de saúde odontológico; seguro de vida para todos os trabalhadores no valor de R$ 50.000,00; e fim dos vários intervalos na jornada de trabalho conhecida como “duas pegadas”.

Está previsto uma nova rodada de negociação para terça-feira (4). Caso o Consórcio SIM não apresente uma proposta aceitável, ocorrerá uma mediação da negociação pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), possivelmente nesta semana. Após esta última etapa a categoria terá que deliberar em assembleia se aceita a proposta do Consórcio ou deflagra greve por tempo indeterminado, o que poderá ocorrer a partir da outra semana.

Fonte: CUT