Projetos patrocinados pela Petrobras protegem 2,7 milhões de hectares de florestas em RO, MT e AM

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Rio Terra e Ecopore em ação em Rondônia

Iniciativas apoiadas pelo Programa Petrobras Socioambiental também já recuperaram 1.700 hectares de áreas degradadas

No dia Internacional das Florestas, cinco projetos apoiados pelo Programa Petrobras Socioambiental na Amazônia comemoram a proteção de mais de 3,9 milhões de hectares de florestas e a recuperação de 1.700 hectares de áreas degradadas. As iniciativas acontecem em terras indígenas, reservas extrativistas e propriedades de agricultura familiar no Amazonas, Mato Grosso e em Rondônia.

Os projetos envolvem atividades de assistência técnica para indígenas, extrativistas, pequenos produtores rurais, produção de mudas, educação ambiental e acesso a mercados. Com o trabalho, mais de 6,5 mil pessoas são beneficiadas pelos projetos, cujo apoio vai desde a oferta de cursos de formação até a compra de equipamentos e construção de infraestrutura de apoio à produção.

No Amazonas, o projeto Raízes do Purus apoia quatro povos indígenas de seis terras indígenas na bacia hidrográfica dos Médios rio Purus e Juruá. Juntos, estes territórios protegem uma área de 2,3 milhões de hectares de floresta, da qual cerca de duas mil pessoas tiram seu sustento sem desmatamento, associando o trabalho com as cadeias de valor da sociobiodiversidade a ações de vigilância e proteção territorial. As atividades são coordenadas pela Operação Amazônia Nativa (Opan) e incluem apoio ao manejo sustentável do pirarucu e dos sistemas agroflorestais

O povo Paumari, por exemplo, tem o manejo de pirarucu como sua principal atividade econômica. Em 2018, com apoio do projeto, conseguiram comercializar 30 toneladas do peixe. Já o povo Deni realizou sua segunda pesca manejada de pirarucu e conseguiu comercializar 70 peixes em parceria com as comunidades extrativistas da região. “Não gabando a gente mesmo, mas o nosso peixe é da melhor qualidade”, diz o coordenador do manejo Francisco Paumari.

Agroflorestas também fazem parte das atividades incentivadas com os recursos da Petrobras. É o caso do povo Apurinã, que está ampliando suas unidades de sistemas agroflorestais na Terra Indígena Caititu. O quarto povo apoiado pelo projeto da Opan, o Jamamadi, vem trabalhando pela melhoria da qualidade da farinha de mandioca. O foco é produção para consumo próprio, mas eles trabalham com a com possibilidade de comercialização do excedente.

Em Mato Grosso, a Associação Pacto das Águas ajuda extrativistas da Reserva Guariba Roosevelt e indígenas Rikbaktsa das terras Escondido e Japuíra com a melhora na qualidade da produção de castanha e borracha e com apoio no acesso a mercado. São mais de 800 pessoas envolvidas diretamente e 485 mil hectares de florestas que são protegidas gerando renda para as comunidades.

Só no ano passado, a comercialização de 80 toneladas de castanha e 11 toneladas de borracha nativa de alta qualidade gerou um faturamento de R$ 50 mil para as três comunidades. “Isso é um resultado incrível para as comunidades. Antes do projeto, a maioria dos extrativistas nem recebia pela venda dos produtos, acabava trocando por mercadorias. Com o projeto, as comunidades ganham mais autonomia”, comemora Emerson de Oliveira, coordenador do projeto que leva o mesmo nome, Pacto das Águas.

Na mesma região, o projeto Poço de Carbono Juruena, desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena – Aderjur, oferece alternativas sustentáveis de renda aos agricultores familiares e povos indígenas, incentivando o extrativismo de castanha-do-brasil e babaçu, além do uso de sistemas agroflorestais.

No Poço de Carbono, os agricultores têm diversas opções de cultivos e uma renda garantida e melhor distribuída ao longo do ano. Além do benefício econômico, os sistemas agroflorestais “imitam” o comportamento da floresta, armazenando carbono e ajudando a mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

“Nós temos uma forte experiência com a castanha-do-brasil, em que 300 famílias de agricultores e indígenas produziram, somente na última safra, 200 toneladas de castanha e produtos derivados e geraram uma renda de 2,5 milhões de reais”, explica Paulo Nunes, coordenador do projeto. Isso representa apoio a proteção de quase 1,6 milhão de hectares. Além disso, outros 100 hectares de áreas degradadas estão sendo recuperados  pelo projeto.

Em Rondônia, dois projetos incentivam a recuperação de áreas degradadas. Desenvolvido pela CES Rioterra desde 2010, o projeto Semeando Sustentabilidade já recuperou 350 hectares de Áreas de Preservação Permanente (APP), atendendo a mais de mil agricultores familiares em 17 municípios. Além disso, o projeto também distribuiu mais de 1 milhão de mudas de diversas espécies, o suficiente para recuperar mais de 900 hectares de áreas degradadas.

Pelos cálculos do CES Rioterra, o plantio dessas árvores resulta em mais de 52,3 milhões de toneladas de gases de efeito estufa como o dióxido de carbono (CO2) removido da atmosfera. “Com todo o nosso trabalho de educação e esclarecimento os agricultores já começam a perceber o retorno dos serviços ambientais que melhoram a sua produção, ou seja, agora ele entende a importância de se adequar para além da legislação, mas principalmente quanto ao meio ambiente por meio da regeneração do solo e da floresta”, reforça Fabiana Barbosa, gerente Geotecnologia e Pesquisa da CES Rioterra.

Outros 350 hectares de Áreas de Preservação Permanente (APP’s) e Sistemas Produtivos Sustentáveis em oito municípios da zona da mata rondoniense e centro sul do estado de Rondônia, foram e estão sendo recuperados pelo projeto Viveiro Cidadão, realizado pela Ecoporé, desde 2013. A iniciativa atua com mais de 600 proprietários rurais, entre agricultores familiares, mulheres do campo e jovens agricultores, onde já distribuiu de mais de 1 milhão de mudas de diversas espécies frutíferas e florestais.

As mudas e apoio técnico do projeto têm mudado a vida das comunidades. “Eu tenho duas áreas que quero utilizar com apoio do projeto, uma em que eu vou plantar agrofloresta e outra que quero recuperar utilizando espécies apícolas. Se não fosse o Viveiro Cidadão e os técnicos me incentivando nada disso poderia se tornar realidade”, conta a jovem Ana Lúcia Cardoso Martins, de 18 anos, filha de agricultores familiares de Pimenta Bueno.

  • Fatos e dados

Geral

  • 2,7 milhões de hectares de floresta protegidos em três estados
  • Mais de 4 mil pessoas envolvidas
  • 600 hectares de áreas degradadas em recuperação
  • 2 milhões de mudas plantadas

Amazonas

  • 2,3 milhões hectares de floresta protegidos
  • Povos indígenas envolvidos: Deni, Jamamadi, Paumari e Apurinã
  • Terras Indígenas: TI Paumari do Lago Cuniuá, TI Paumari do Lago Paricá, TI Paumari do Lago Manissuã, TI Jarawara/Jamamadi/Kanamanti, TI Caititu e TI Deni.
  • Municípios abrangidos: Carauari, Itamarati, Lábrea, Tapauá.

Rondônia

  • 600 hectares recuperados
  • 2 milhões de mudas plantadas
  • 25 Municípios abrangidos: (CES Rioterra + Ecoporé)

 Mato Grosso

  • 2mil hectares de floresta protegidos
  • Povo indígena beneficiado: Rikbaktsas das Terras Indígenas Escondido e Japuíra
  • Extrativistas da Reserva Extrativista Estadual Guariba Roosevelt
  • Municípios abrangidos: Aripuanã, Colniza, Cotriguaçu, Juara, Juruena e Rondolândia
Assessoria de Imprensa